A sociedade está articulada para a campanha e realiza
manifestações junto as rádios comunitárias, e no dia 20 de dezembro haverá uma
grande mobilização na cidade de Petrolina.
A campanha “Cisternas de Plástico/PVC – Somos Contra!” está ganhando cada vez
mais força e destaque no Semiárido brasileiro.
A instalação das cisternas de
plástico no Semiárido representa um enorme retrocesso de uma importante
conquista das famílias agricultoras do semiárido nos últimos 11 anos: o direito
à água de qualidade. Em um pouco mais de uma década, as ações da Articulação do
Semiárido (ASA), foram responsáveis pela construção de mais de 500 mil cisternas
de 16 mil litros.
As cisternas de plástico custam o dobro das de placa
e, por chegarem prontas para as famílias, não movimentam a economia local como
as de placa, cujos materiais são adquiridos na região e são empregadas pessoas
das comunidades capacitadas para a construção da tecnologia.
Para
reforçar a campanha,a ASA divulgou um documento se posicionando sobre o assunto
e afirmando que o rompimento da parceria com o MDS, representa um retrocesso.
Uma atitude que pode gerar um retorno claro e nítido a velhas práticas da
indústria da seca, onde as famílias são colocadas novamente como reféns de
políticos e empresas, impedidas de construírem suas próprias histórias
Para
ASA, essa é também uma tentativa de anular a história de luta e mobilização no
Semiárido, devido à incapacidade do próprio governo em atuar com as ONGs, sem
separar o joio do trigo, e não ter, até hoje, construído um marco regulatório
para o setor, uma das promessas de campanha da presidenta Dilma.
Mobilização comunitária - Várias pessoas, entidades e
segmentos da sociedade brasileira estão apoiando a campanha contra a implantação
das cisternas de plástico e também contra o rompimento do MDS. As rádios
comunitárias estão articuladas nessa causa e realizam hoje uma mobilização para
falar sobre os benefícios das cisternas de placas e explicar porque a ASA é
contra as cisternas de plástico. Serão divulgados spots e informações como forma
de fortalecer a campanha e expressar o sentimento das pessoas do semiárido,
diante deste posicionamento do governo.
Também está programada para
acontecer no dia 20 de dezembro na cidade de Petrolina (PE), uma grande
manifestação contra as cisternas de plástico. Cerca de 10 mil pessoas;
agricultores (as) familiares de todo o semiárido brasileiro, estarão reunidas
para debater politicamente a política do governo em relação ao semiárido e o
significado da ASA e das suas ações, que contribuem para a construção do
processo de convivência com o semiárido.
Já abraçaram a causa diversas
organizações e personalidades entre elas: a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(Consea), a Articulação Nacional de Agroecologia, a Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura Familiar (Contag) e o escritor e teólogo Leonardo
Boff.
A campanha vai se consolidando e ganhando cada vez mais o respeito
e o apoio da sociedade. Naidison Baptista coordenador da ASA, afirma que este é
o momento para pessoas do semiárido mostrarem a sua força. Mostrar que só é
possível construir políticas se o trabalho for realizado em rede. “Esperamos que
a força da sociedade possa reverter a posição do MDS e fazer continuar as ações
em rede, de forma a interferir nas políticas”, disse.
Boletim do Moc
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