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17 de nov. de 2010

Prateleiras fora da lei

 

Apesar das promessas, supermercados continuam vendendo carne ilegal, tornando seus clientes cúmplices do desmatamento e da invasão de terras indígenas.

Há 40 anos, os Xavantes, tribo do Mato Grosso, lutam pelo direito de ocupar sua própria terra. Expulsos na década de 60 pelo governo, ganharam o direito de voltar na década de 1990 e encontraram seu território tomado por fazendas de gado. Na outra ponta desta ocupação ilegal, estão clientes de produtos pecuários no mundo todo, incluindo os supermercados brasileiros, que compram a carne vendida por estas fazendas, transformando seus consumidores patrocinadores involuntários de um crime humano e ambiental.

Uma equipe do Greenpeace foi convidada pelos Xavantes para conhecer a situação da terra indígena Maraiwatsede, palco da disputa. “Vimos invasão, desmatamento e o desrespeito total à lei” diz Márcio Astrini, da Campanha da Amazônia. Um pouco do que encontramos lá pode ser visto no vídeo abaixo. No último mês, a repórter do jornal O Globo, Liana Melo, também conheceu de perto a realidade local. Seu relato saiu em reportagem no último domingo.

Na aldeia, grande parte das crianças está doente, a população bebe água contaminada e os conflitos violentos são uma constante. Devido ao desmatamento, não há caça, nem madeira para fabricação dos produtos essenciais para a vida dos indígenas. Até mesmo o peixe, antes abundante, hoje tem que ser comprado. É neste cenário que se desenvolve a pecuária. “A realidade é que esta carne, vinda de fazendas dentro de terras indígenas como a de Maraiwatsede, podem estar tranquilamente expostas nas prateleiras de qualquer supermercado no Brasil, ou em qualquer parte do mundo”, diz Astrini.

Após a divulgação do relatório Farra do Boi, do Greenpeace, e pressionados por seus consumidores, em dezembro de 2009, supermercados brasileiros anunciaram em conjunto, na presença do então ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, um acordo contra o desmatamento da Amazônia. Comprometiam-se a eliminar das prateleiras qualquer carne com origem em desmatamento, escravidão e invasão de terra indígena. Ficaram só na promessa.

Para atestar que cumprem sua palavra, os supermercados precisam ter controle sobre quem fornece a carne de suas prateleiras e apresentar estes dados com transparência. Para isso, é fundamental somente comprar carne que venha de fazendas com Cadastro Ambiental Rural (CAR), primeira etapa do licenciamento ambiental de uma propriedade, com o qual é possível cruzar os dados com mapas de satélite da floresta e identificar o responsável pelo desmatamento.

“O caso dos índios Xavantes é só um exemplo do que acontece em tantas outras terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia e mostra as consequências da falta de governança, aliada ao descontrole do mercado”, diz Astrini. “A Amazônia já perdeu aproximadamente 730 mil quilômetros quadrados, 80% fruto do desmatamento para pecuária. É uma área maior que países como Holanda, Alemanha e Inglaterra juntos. É possível alcançarmos o desmatamento zero, produzindo mais e melhor sem derrubar mais nenhum hectare de floresta”, conclui Astrinior

 

Por: Greenpeace

Link:http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Prateleiras-fora-da-lei/

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