Ricardo promete governo de unidade

Eleito governador da Paraíba no segundo turno com uma vantagem de 148.833 votos sobre o adversário, o candidato da oposição Ricardo Coutinho (PSB) anunciou a implantação de um governo orientado pela política pedagógica que prioriza a coletividade e a união de lideranças a favor do desenvolvimento do estado. "Meu objetivo é de unir a Paraíba que acumula um histórico de perdas resultantes da divisão política", pontuou em seu primeiro discurso pós-eleitoral em João Pessoa.

Socialista promete uma gestão participativa e antecipou que tem pressa para fazer uma "transição política verdadeira" Foto: Ovídio Carvalho/ON/D.A Press

Para concretização de uma gestão participativa, o socialista conclamou sua equipe e seus aliados a ouvir a voz majoritária da população que "mostrou nas urnas sua rejeição pela política do boicote". Ricardo revelou que antes de assumir o mandato no Palácio da Redenção em janeiro de 2011, pretende ocupar os dois próximos meses ouvindo as necessidades dos diversos setores sociais do estado. "A minha determinação é dialogar com todos os campos sociais deste estado. Antes de assumir o mandato eu vou ouvir as urgências do setor empresarial de Campina Grande, do movimento de amigos de Cajazeiras, de Patos, e as necessidades populares em todas as regiões paraibanas", apregoou.
Para Ricardo, a abertura política deve impulsionar o desenvolvimento econômico nos 223 municípios de forma proporcional. "Estou chamando para mim a responsabilidade de abrir o governo. O Estado não pertence ao governante, vou em busca de aglutinar ideias e forças para que a Paraíba sai da ilha da fantasia com péssimos indicadores sociais", avisou ao garantir que dará continuidade às obras iniciadas nos governos anteriores.
"Dinheiro público não pode ser jogado fora. Quero a partir de hoje mesmo promover a mudança de mentalidade do segmento político e inclusive minha. Cabe a nós criar as condições para que isso ocorra, e instalar um grande processo transformador. Para isso, partimos da determinação de dar andamento das obras iniciadas por Cássio ou José Maranhão", garantiu ao alertar que a Paraíba tem pressa.
"Só temos dois meses para esta transição que será verdadeira. Nós temos pressa! Esperamos uma transição com transparência, com a divulgação de todos os dados e recursos que precisam ter. Espero a grandeza necessária para que a Paraíba não pague mais do que já está pagando", pediu Ricardo Coutinho ao descartar interferências na atual gestão peemedebista. "Não quero interferir em governo de ninguém, mas o governador eleito quer ter condições para praticar o projeto que a Paraíba escolheu nas urnas. Quero ser recebido o mais rápido possível por José Maranhão para instalar a Comissão de Transição com a retaguarda do Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público", arrematou.
A vitória em números
A vitória de Ricardo Coutinho no segundo turno das eleições foi construída em cima da conquista dos eleitores que, no primeiro turno, votaram branco ou nulos aliada à contabilização de alguns sufrágios conquistados anteriormente por candidatos dos partidos nanicos. O socialista, que na primeira etapa das eleições teve praticamente a mesma votação do adversário, José Maranhão, conseguiu uma vantagem de 137.043 votos sobre o adversário no segundo turno.
Confrontando os números do primeiro e do segundo turno, fica claro que o caminho para a vitória de Ricardo foi construído com o convencimento dos indecisos. Só para se ter uma ideia, o número de eleitores que votaram em branco ou nulo caiu em 125.600 votos no segundo turno em relação ao primeiro. Além disso, é possível acreditar que a votação obtida foi complementada com alguns dos 18.051 votos conquistados pelos nanicos.
Ricardo conseguiu 1.076.164 votos no segundo turno, contra 942.121 do primeiro. Já José Maranhão conseguiu na etapa atual 930.331 votos, contra 933.754 votos do primeiro turno. Ou seja, mais de 3 mil votos a menos