Rio de Janeiro. O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou ontem em discurso no Theatro Municipal, no Rio, que a transição feita pelo Brasil da ditadura para a democracia é um modelo para o mundo árabe, governado há décadas por líderes fortes, mas que passa por um momento em que o povo exige mais liberdades. O líder norte-americano disse ainda que deseja "fortalecer a amizade" dos EUA com o país.
Falando a uma plateia de mais de 2.000 pessoas, Obama disse que "a transição para a democracia no Brasil nos anos 1980 pode servir de exemplo às nações do Oriente Médio". "Esse é o exemplo do Brasil, um país que mostra que a ditadura pode se transformar em uma vibrante democracia, um país que mostra que a democracia leva liberdade e oportunidades ao povo".
Segundo Obama, nos últimos meses, o mundo árabe tem sido palco de manifestações populares que pedem mais liberdade e democracia. "Em toda a região, nós vimos jovens se levantando. Uma nova geração exigindo o direito de decidir seu próprio futuro", disse. O presidente norte-americano citou a Líbia: "Temos visto o povo da Líbia assumir uma corajosa posição contra um regime determinado a brutalizar seus próprios cidadãos".
Segundo Obama, o Brasil é "um país que mostra como o chamado à mudança que começa nas ruas pode transformar uma cidade, um país e o mundo".
Português. O presidente norte-americano iniciou sua fala falando em português: "Alô", "Cidade Maravilhosa" e "todo povo brasileiro" para conquistar a plateia. Depois citou o clássico do Campeonato Carioca Vasco e Botafogo deste domingo. Seus anfitriões no Rio - o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes - são vascaínos. No entanto, Obama foi vaiado por parte da plateia e reconheceu que o assunto é muito sério no Brasil.
Depois, em meio a elogios ao Brasil, afirmou: "Como disse o cantor, o Brasil é um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza", em referência a Jorge Ben Jor.
Obama encerrou seu discurso citando um passagem de Paulo Coelho, "um dos mais conhecidos escritores brasileiros". "Com a força do nosso amor e da nossa vontade nós podemos mudar nosso destino e os destinos de outras pessoas", concluiu. Foi aplaudido de pé.
Jorna O Tempo
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