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4 de set. de 2011

Romaria das Águas e da Terra de Almenara celebra a luta pela vida no campo

“Nossa mãe terra, Senhor, geme de dor noite e dia. Será de parto essa dor ou simplesmente agonia”. Foi esse o sentimento dos quase 15 mil romeiros da 15ª Romaria das Águas e da Terra, que aconteceu dia 28 de agosto, em Almenara (MG). Na Romaria, estiveram presentes os indígenas, quilombolas, trabalhadores rurais com e sem terra, movimentos e pastorais sociais de diversas dioceses de Minas Gerais, além de romeiros e romeiras do estado.
Organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastoral dos Migrantes, Cáritas Diocesana de Almenara e pela diocese de Almenara, este momento único de encontro e fé foi marcado principalmente pela denúncia da morte da sociedade atual, excludente, racista e concentradora, e pela perspectiva do nascimento de uma sociedade justa, fraterna e igualitária.
Sob o tema “Lutas populares a serviço da Vida no campo”, caminhando pela cidade, os romeiros clamavam que “se o campo não planta, a cidade não janta”, em oração pela agricultura familiar camponesa e contra a sociedade consumista e materialista, que subjuga a vida em favor do lucro.
Em frente ao rio Jequitinhonha, símbolo do povo do Vale, os romeiros e romeiras receberam a imagem de São Francisco trazida de sua margem. Todos refletiram sobre a desigualdade entre os povos e o monopólio do bem precioso que é a água, em contradição com o lema da Romaria: “Terra e água: Dádiva de Deus, garantia de Vida”. Também foram denunciados os despejos de esgoto de diversas cidades que ficam às margens do rio Jequitinhonha, o que tem contaminado o rio e diminuído as condições de vida gerada por ele.

Muitas faixas delatavam a morosidade do INCRA, a violência no campo, as lutas do povo camponês, indígenas e quilombolas. Frei Gilvander, da CPT, afirmou que as monoculturas e os monopólios são satânicos e o consumismo e o modelo de desenvolvimento que vivemos é contrário ao projeto de Jesus Cristo.

Muitos foram os mártires que, como Jesus, entregaram a vida nessa luta
Seguindo em procissão, mais uma vez os romeiros pararam na ponte sob o Rio Jequitinhonha, que corta a cidade de Almenara, fincando a cruz, símbolo da entrega máxima pela justiça e pela vida do povo.
Em seguida, os nomes dos cinco mártires do massacre de Felisburgo foram chamados e o povo respondeu presente, em sua memória de luta que permanece viva. Jorge Ribeiro, um dos sobreviventes do massacre, relembrou a história de horror vivida pelas famílias do Assentamento Terra Prometida, ao serem cassadas pelo fazendeiro Adriano Chafik, simplesmente por assumirem terras devolutas que são do povo por direito. Ainda hoje este crime não teve punição para o verdadeiro culpado.
A Romaria encerrou no estádio municipal com missa celebrada pelos bispos das dioceses de Almenara e Teófilo Otoni. Emocionado, Oscarino Aguiar, do Sindicato de Porteirinha, se sentiu orgulhoso por participar desse momento: “Tanta gente gostaria e deveria estar aqui. Nós somos privilegiados por participar desse momento de fé e luta”, disse.

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