A genética bovina da Paraíba está entre as melhores do país e isso se
deve aos investimentos do Governo do Estado, por meio da Empresa
Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa-PB), que desenvolve
pesquisas de ponta, realiza a propagação dessa genética e promove ações
de ajuda a pequenos produtores. Neste momento, está prestes a receber os
animais frutos de um convênio que visa manter essa qualidade e
reproduzir as melhores raças de bovinos com uso da técnica de
fertilização in vitro.
Fertilização in vitro (FIV) é uma
biotecnologia onde todos os processos: maturação folicular, fertilização
e desenvolvimento embrionário são obtidos em laboratório, fora do útero
animal, ao contrário da clássica Transferência de embriões (TE). Essa
técnica foi possível graças a um convênio entre a Emepa e uma empresa
particular de Minas Gerais, ligada à Universidade de Uberaba (Uniube).
“Com
a técnica de fertilização in vitro, o Governo do Estado, por meio da
Emepa, está reproduzindo seus animais e promovendo melhoramento genético
de forma acelerada. Consequentemente vai beneficiar, de forma direta e
indireta, os rebanhos da Paraíba, que vão ganhar quantitativa e
qualitativamente com esse convênio”, avalia o diretor presidente da
Emepa, Manoel Antonio de Almeida.
O diretor técnico da Emepa,
Wandrick Hauss de Sousa, explica que o convênio não teve nenhum custo
financeiro para o órgão paraibano, tendo sido acordado a partilha em 50%
dos bezerros nascidos para cada uma das empresas. A maioria dos animais
já nasceu. Em breve, deverão estar todos em terras paraibanas. Por
escolha da Emepa e por um privilégio da técnica – que permite a escolha
do sexo do animal – a empresa paraibana irá receber 90% das fêmeas da
parte que cabe na partilha. “Optamos pela fêmea pela capacidade de
reprodução das mesmas. Elas terão a capacidade de gerar mais animais da
mesma genética, enquanto que nem todo macho é um reprodutor”, explica
Wandrick.
O diretor esclarece que os principais motivos do
convênio foram: aproveitar a genética das vacas que estavam em fim de
vida útil reprodutiva e a pureza genética; acelerar o processo de
reprodução de animais geneticamente melhorados, e, através da técnica
FIV, controlar a produção de macho e fêmea. As raças reproduzidas – que
estão entre as melhores do país – foram Gir, Guzerá e Sindi. Estes são
zebuínos de aptidão mista, porém melhorados para a produção leiteira.
Da
mesma forma que a caprinovinocultura paraibana é desenvolvida na
Estação Experimental de Soledade, a bovinocultura do Estado está nas
estações experimentais das cidades Alagoinha e Umbuzeiro. “Os bovinos da
Emepa carregam em seu nome a Estação Experimental de onde provêm. E
isso conta como grande diferencial para outros Estados”, comenta o
pesquisador Daniel Benitez, que iniciou o processo de construção desse
convênio.
Técnica de Fertilização in vitro - A
produção de embriões FIV começa com a aspiração dos ovários das doadoras
para coleta de ócitos (óvulos imaturos). A coleta pode ser feita em
animais de diferentes idades: pré-púberes, púberes, adultos e senis; e
em condições reprodutivas tais como: animais com problemas reprodutivos,
doadoras que não respondem aos processos normais de superovulação,
animais gestantes. Doadoras de alto valor zootécnico poderão ter os
ovários coletados para FIV em uma última tentativa de conseguir embriões
e prenhez, imediatamente após a sua morte.
A técnica foi
utilizada pela Emepa porque as vacas que possuíam grande potencial
genético estavam em fim de idade reprodutiva. As vantagens incluem o
aumento do número de descendentes de uma fêmea; produção de embriões de
fêmeas que não respondem à transferência de embriões; uso de bezerras
para a produção de embriões; produção de embriões de vacas com
patologias adquiridas; produção de embriões de vacas com gestação de até
quatro meses; otimizar o uso de doses de sêmen de elevado valor
genético e comercial.
A expectativa de vida do gado varia entre 14
e 18 anos, e a idade reprodutiva da fêmea é de quatro até
aproximadamente 15 anos. “Esse processo está permitindo resgatar a
genética de alguns animais já com muitos anos de idade. Animais de uma
genética que praticamente não existe mais no país e que foi a base da
Emepa e de todas essas raças. Esses animais já se encontravam com idade
avançada, entre 16 e 18 anos, e que pelo processo natural muito
dificilmente gerariam novos bezerros. Pelo processo de biotecnologia,
está sendo possível, se não todas, pelo menos a maioria delas, gerar
descendentes”, explica Daniel Benitez.
Dos 36 animais utilizados, apenas seis não responderam, porém, os outros responderam tão bem que não houve problemas.
Secom PB
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