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Fundador do site WikiLeaks, Julian Assange; Equador concede asilo político |
O governo do Equador concordou em dar asilo ao fundador do site
WikiLeaks Julian Assange, 41, confirmou a chancelaria em coletiva de
imprensa na manhã desta quinta-feira.
Londres negará salvo-conduto caso Assange receba asilo
Reino Unido diz que está "decidido" a extraditar Assange
Reino Unido diz que está "decidido" a extraditar Assange
Em anúncio na capital Quito, o chanceler Ricardo Patiño argumentou que o
fundador do WikiLeaks recebe ameaças de extradição aos Estados Unidos
caso seja transferido à Suécia, onde é julgado por estupro.
Para o governo de Rafael Correa, Washington pretende fazer um processo secreto injusto contra Assange.
O ministro afirmou que o australiano é vítima de perseguição política do
Reino Unido, da Suécia e dos Estados Unidos pela divulgação de
documentos secretos do Departamento de Estado e das Forças Armadas
americanas em 2010.
Outro ponto usado por Patiño para justificar a concessão é a dificuldade
dos três Estados de fornecerem informações sobre o caso do fundador do
WikiLeaks. O chanceler acusou os Estados Unidos de não divulgarem dados
sobre o processo de Assange por considerá-lo secreto.
O representante equatoriano considerou que a prisão preventiva de
Assange poderia gerar "uma cadeia de acontecimentos para impedir a saída
dele do país" e que ele não recebeu apoio das autoridades australianas,
país o qual é cidadão.
O jornal britânico "Guardian" já havia informado que o asilo seria concedido. No entanto, o presidente do Equador, Rafael Correa, havia negado posteriormente a decisão.
AMEAÇA
O chanceler Ricardo Patiño criticou o Reino Unido sobre a comunicação
que o governo britânico fez sobre o caso, dizendo que poderia usar uma
lei local para entrar na embaixada e prender o fundador do WikiLeaks.
"Não podemos permitir que o processo de estudo se veja quebrado por uma
acusação e depois reduzam a ameaça ao alegre anúncio de que foram
honestos com sua declaração. O documento significa que se vocês não se
comportam bem, vamos bater de forma selvagem".
Patiño evocou a Convenção de Viena, que não permite a intervenção nas
embaixadas internacionais, dizendo que nenhuma medida nacional deve
estar acima dos acordos internacionais.
"Nenhuma lei de âmbito nacional pode ser usada para uma ação intrusiva, ameaças explícitas e chantagem a um país soberano".
O chanceler pediu uma reunião urgente de chanceleres sobre o caso a Alba
(Alternativa Bolivariana para as Américas), Unasul (União das Nações
Sul-Americanas) e OEA (Organização dos Estados Americanos), além de
agradecer as demonstrações de apoio ante o texto.
PROCESSO
Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 19 de
junho, quando oficialmente solicitou asilo político ao país
latino-americano. Ele tenta evitar ser extraditado para a Suécia, onde é
acusado de abuso sexual.
Na segunda-feira (13), Correa disse à TV estatal que decidiria nesta
semana sobre o pedido de Assange. O chanceler equatoriano, Ricardo
Patiño, declarou antes que seu país anunciaria a decisão sobre o asilo
após o fim dos Jogos Olímpicos de Londres.
No entanto, mesmo com o asilo do Equador, ainda não está claro se ele
receberá permissão do Reino Unido para deixar a embaixada em Londres e
embarcar para a América Latina.
APELO
Nas últimas semanas, a mãe de Assange, Christine, visitou o Equador,
onde se reuniu com Correa e com o jurista espanhol Baltasar Garzón, que
comanda a defesa de seu filho.
Baltasar Garzón afirmou em Quito que Assange está "desamparado" pela
farlta de infomação dos Estados Unidos sobre as acusações que atribui ao
ativista político.
"As acusações são secretas e a impotência é absoluta", afirmou Garzón,
acrescentando que Assange está sendo processado por um júri em sessão
fechada no Estado da Virgínia.
Segundo o chanceler equatoriano, o governo do Equador pediu à Suécia que
ouvisse o depoimento de Assange na sede de sua embaixada em Londres,
mas Estocolmo recusou a proposta.
Assange afirma que a Suécia poderia ser uma etapa até sua entrega aos
Estados Unidos, onde é investigado por espionagem depois da divulgação
no WikiLeaks de mensagens confidenciais do departamento de Estado
americano, além de documentos sobre as guerras no Iraque e no
Afeganistão. Ele teme ser condenado à morte.
Folha de São Paulo
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