Ainda assim, não está tão difícil achar material sem os devidos
direitos autorais na rede, já que o público sempre encontra um site
obscuro ou um aplicativo que consegue o arquivo que você quiser em
poucos segundos.
Apesar de esse combate ter se intensificado recentemente, ele já dura
bastante tempo e não parece ter fim. O vencedor é igualmente difícil de
prever – só que os piratas não parecem perder forças em nenhum momento.
Mas será que isso vai durar para sempre?
É preciso levar em conta ainda que muita gente que pratica a
pirataria também consome produtos originais, como edições especiais de
CDs ou Blu-rays, games, camisetas da banda favorita ou até vai aos
shows, que não costumam ser baratos. Com isso, será que o download de
uma música é tão ofensivo assim?
Alguns artistas já têm conhecimento disso, lançando álbuns gratuitos
ou por valores simbólicos pela internet – o que não impede o sucesso da
banda. Já a série “Game of Thrones” é
uma das mais pirateadas
da atualidade, mas ainda conta com lucros astronômicos. O problema?
Elas são exceções na indústria do entretenimento, que ainda combate com
todas as forças a disponibilização de discos na internet.
Os piratas do futuro
Se o combate à pirataria continua na mesmice de fechar sites e pedir o
apagamento de arquivos, a prática em si está em constante evolução. E,
de acordo com o The New York Times, a moda agora é se aproveitar da
computação em nuvem.
Explicamos: em vez de baixar e colocar a música no seu MP3, a ideal é
fazer streaming de conteúdos de serviços piratas, tudo em tempo real e
direto para outros eletrônicos, sem precisar passar pelo PC. É possível
até programar downloads para começarem logo quando o episódio sair no
site de torrents, por exemplo. Em vez de
video on demand, é a pirataria sob demanda.
E são vários os exemplos de evolução da área na história da internet. Criado
na década de 1990, o Napster é o pai do
Kazaa veio na onda dos softwares que conectavam pessoas em rede, com a diferença de que nele havia o compartilhamento de músicas.
O programa foi alvo de processos e foi extinto da maneira que
conhecíamos, mas hoje baixar um MP3 de seu artista favorito é uma
prática tida quase tão natural quanto entrar no Baixaki – e a vitória,
mesmo que indiretamente, foi do Napster, que abriu um imenso caminho
para pirataria.
Concurso de popularidade
O apoio do povo é essencial para que um projeto dê certo – e aqui a
medalha de ouro vai fácil para os praticantes e responsáveis pela
pirataria, que conquistam a simpatia de grande parte dos internautas. O
motivo é simples: eles fazem parte do próprio público que defendem,
conhecem os interesses e direitos dessas pessoas e fazem de tudo para
garanti-los.
Do outro lado, o governo tem uma imagem extremamente negativa, é tido
como corrupto, um órgão distante da população e gerenciado por pessoas
que não compreendem o que o eleitor realmente quer.
Além disso, são eles que fecham o Megaupload e perseguem os donos do
Pirate Bay, sites que contam com a simpatia de quem é adepto da
pirataria. Mesmo estando do lado da lei, não é fácil fazer com que todo
mundo fique do lado de órgãos como a RIAA (
Recording Industry Association of America, órgão que
vive tirando arquivos do YouTube).
Nocaute?
Não se pode esperar uma vitória total de um desses lados: a internet
não vai virar um espaço anárquico e acima da lei, mas o navio desses
piratas digitais não será afundado nem em médio prazo.
Mas, quando as
estratégias usadas e a situação atual são levadas em conta, a pirataria
aplica uma sonora goleada – o que não significa uma vitória, mas sim
que ela vai continuar a existir e a incomodar muita gente, já que é uma
atividade popular
e até lucrativa.
Para quem é contrário a esse tipo de compartilhamento, seja um
internauta ou uma gravadora, fica a máxima: talvez a pirataria possa não
ser tão ruim, caso você saiba lidar com ela. Porque acabar ela não vai.
Fontes:
The New York Times,
Torrent Freak
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