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24 de nov. de 2012

Crianças são recrutadas para o tráfico, diz PM

Crianças com menos de 12 anos estão sendo recrutadas por facções criminosas para atuarem no tráfico de drogas em João Pessoa. A informação é resultado de investigações realizadas pelo 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de João Pessoa.

Segundo o comandante da unidade militar, o tenente-coronel Lívio Delgado, o aliciamento tem a finalidade de dificultar a atuação policial. “Essas crianças costumam morar em comunidades e bairros onde essas facções estão presentes. Elas são usadas, geralmente, como 'aviãozinhos', ou seja, levam drogas de um lado para outro, inclusive para as escolas”, disse o oficial.

A maioria das crianças recrutadas pertence ao sexo masculino. A presença deles já foi detectada em, pelo menos, duas facções criminosas que atuam em João Pessoa. Uma delas é a Al-Qaida, que é chamada pelos próprios integrantes como “Okaida”, e a outra é “Estados Unidos”. Em comum, os dois grupos são mantidos por traficantes de drogas, que se ramificaram por diversos bairros de João Pessoa. Para atrair os garotos, os marginais oferecem pequenas vantagens. “Elas recebem qualquer forma de agrado.

Algumas nem recebem nada e ficam empolgadas apenas com a situação de participar de algum grupo, que elas julguem serem fortes. O problema é que quem começa como aviãozinho, vai paulatinamente subindo na organização até assumir funções mais elevadas. Mas, se cometer algum deslize, paga com a vida”, diz o policial.

De acordo com o tenente-coronel Lívio Delgado, esses grupos agem, principalmente, nos bairros de Mandacaru, Padre Zé, Valentina, Mangabeira, Ernany Sátiro e Grotão. Em algumas localidades, os membros dos dois grupos moram no mesmo lugar, o que aumenta a rivalidade e as ações violentas.

“As crianças são mais influenciadas por conta da sensação de poder que essas facções impõem. Elas são treinadas para transportar as drogas e dificultar a ação da polícia. A "Al-Qaida” por exemplo, é mais agressiva e violenta em relação aos Estados Unidos. Alguns presos ligados à Al-Qaida já foram envolvidos em assassinatos e até em esquartejamentos de pessoas”, disse.

Para fazer parte das facções, os meninos são obrigados a usar peças de vestuário e adotar atitudes que as identificam como integrantes de determinados grupos.

“Bonés brancos, medalhões com a imagem de São Jorge e tatuagens são as características mais comuns. As tatuagens possuem vários significados. Algumas indicam que o integrante é matador de polícia; outras mostram que a pessoa é homicida e outras até mostram que ela é estupradora. As tatuagens são uma espécie de mostrar o poder diante do grupo”, afirma o oficial.

Segundo o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (SES), entre janeiro a setembro deste ano, 21 pessoas com menos de 14 anos foram assassinadas na Paraíba. O número corresponde a 60% do total de 35 registros dessa natureza ocorridos no ano passado.

Para o juiz da Infância e Juventude, Fabiano Moura de Moura, essa mortalidade tem relação direta com o envolvimento de crianças com criminosos.

“Vejo essa situação com muita indagação. Há uma omissão generalizada não apenas por parte da família, mas também por parte do poder público. Faltam educação, políticas públicas e comprometimento maior de todos. É essa ausência que leva as crianças a buscarem refúgio nas facções. É preciso que poder público, família e sociedade ajudem as crianças a permanecerem na escola e longe das drogas”, declara.


Com JP Online

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