Por essa, o governador Ricardo Coutinho certamente não esperava. Mas,
talvez seja o resultado de ter esticado demais a corda com os
procuradores do Estado. RC poderia muito bem passar o final de ano sem o
constrangimento de ver as estranhar do seu Governo expostas pelos
procuradores.
Em nota veiculada pela Aspas (Associação dos Procuradores), eles
solicitaram cópia de todas as licitações realizadas pelo Estado para
realizar uma análise, especialmente as últimas que envolvem compra de
carteiras escolas, passagens aéreas e compras da Granja Santana, alvo de
denúncias da oposição.
Na prática, os procuradores vão acessar todos os processos
licitatórios para monitorar a ocorrência de irregularidades. Com isso,
eles deixam o governador de saia justa. Vai que, na triagem dessas
licitações, os procuradores encontram indícios de fraude… Tudo bem para o
Governo se nada encontrarem de ilegal, mas e se encontrarem? Poderá
será um vexame para RC.
A iniciativa dos procuradores é, claramente, uma reação ao ataque vêm
sofrendo, segundo relatos deles próprios, das secretárias Livânia
Farias (Administração) e Aracilba Rocha (Finanças) que, diante da
cobrança da aplicação de um plano de cargos para a categoria, chegaram a
insinuar que deveria fazer concurso público em outra área se querem
ganhar mais.
Eis o que diz a nota veiculada pela Aspas: “Procuradores do
Estado encaminharam nesta quarta-feira, 26, ofícios às secretarias de
Estado, solicitando que todos os processos de licitação e contratos em
execução pelo Governo sejam encaminhados à Procuradoria Geral do Estado
(PGE).
Segundo o documento assinado por vários procuradores, a PGE é o
único órgão legitimado constitucionalmente para o assessoramento
jurídico do Estado e somente os Procuradores têm competência e
imparcialidade para tais atividades. Pretendem assim que todos esses
processos passem primeiramente pela PGE para análise e aprovação por um
Procurador do Estado, após o que poderão ser liberados para execução.
Atualmente esses contratos são analisados por advogados
comissionados (temporários) dentro das próprias secretarias, o que
impede a unidade do entendimento jurídico, bem como pode acarretar a
nulidade de todos os ajustes em virtude descumprimento do art. 132 da
Constituição da República, dos arts. 133 e 134 da Constituição do
Estado, e do art. 38 da Lei 8666/93.
A preocupação emergiu em virtude de diversas denúncias
recentemente veiculadas na imprensa envolvendo contratações do Estado,
como a compra de carteiras escolares pela Secretaria de Educação, a
conclusão do Centro de Artesanato pela Suplan, as contas da Casa Civil
referentes às compras da Granja Santana, e a convocação, por iniciativa
do Dep. Raniery Paulino, da Secretária Livânia Farias para prestar
esclarecimentos à Assembleia Legislativa acerca de supostas aquisições
de passagens aéreas superfaturadas.
Segundo os subscritores, a atuação é preventiva, e objetiva
evitar a malversação de recursos públicos, além de garantir a higidez e
idoneidade dessas contratações. Os Procuradores relembram que são sempre
parceiros da boa administração e da correta implementação das políticas
públicas, mas, se confirmadas irregularidades, também são legitimados a
movimentar ações baseadas na Lei n° 8.429/92 (improbidade
administrativa) independentemente da aprovação das contas dos gestores,
atingindo inclusive os bens pessoais dos envolvidos.”
Do Blog de Helder Moura
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