Diário de Pernambuco:

Três pessoas foram presas durante a operação por porte ilegal de armas, entre elas o médico Adalberto Siufi, diretor do HC. Na casa dele foram encontradas três armas. Ele teve de pagar R$ 30 mil de fiança para ser liberado.
De acordo com o superintendente da PF, Edgar Marcon, entre os supostos crimes investigados estão fraude em licitação, superfaturamento, corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal expediu ordens para o afastamento das funções de dois diretores do HU e dois funcionários de uma empresa terceirizada que atua dentro do Hospital Universitário. Também foram apreendidos nas casas dos alvos da Operação, R$ 200 mil em dinheiro, além de euros e dólares.
As investigações começaram a partir de denúncia de que haveria um monopólio no atendimento aos pacientes com câncer em Campo Grande. Aqueles que procuravam o HU eram direcionados para o HC, hospital mantido por uma Fundação controlada pela família de Adalberto Siufi. Com o esquema, os serviços eram superfaturados e alguns serviços prestados chegam a custar até 70% acima da tabela do SUS. Além disso, descobriu-se que uma clínica que tem como sócio Adalberto Siufi prestava serviço para o Hospital do Câncer, e depois que o hospital foi comunicado da irregularidade pelo Ministério Público, os participantes do esquema rescindiram contrato com a prestadora de serviços e contrataram outra empresa, só que os sócios eram os mesmos.
"É um monopólio, uma máfia. É difícil acreditar que os órgãos municipais ou estaduais não funcionem, que só os particulares funcionem, já que a mesma pessoa controlava os dois", afirmou Edgar Marcon.
O comentário do superintendente é porque Adalberto Siufi era o responsável também pelo setor de oncologia do HU. Um absurdo encontrado nas investigações, segundo a PF, está no relatório de atendimento encaminhado para o SUS para o recebimento pelos serviços prestados. As fichas de atendimento apontam que um paciente passou por seis sessões de radioterapia entre os dias 24 de abril a 3 de junho de 2009. Ocorre que nos registros do Ministério da Saúde, esse paciente havia morrido antes da segunda sessão de quimioterapia. Em um outro caso, o hospital cobrou do SUS para um procedimento de alta complexidade de quimioterapia R$ 5 mil. Mas esse paciente também havia morrido.
Edgar Marcon disse que, com os documentos e o material apreendido, será possível levantar mais irregularidades. Diante disso, outros tipos de crimes poderão ser verificados. O advogado Renê Siufi, que defende o médico diretor do HC, Adalberto Siufi, disse que eles só vão falar sobre a Operação Sangue Frio depois de ter acesso às denúncias. O advogado alega que não foi praticada nenhuma irregularidade e que isso será comprovado posteriormente. No HU, ninguém quis comentar o assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário. Sua opinião é muito importante para o blog.