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No entanto, com a alta aprovação da presidente Dilma Rousseff e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, sair do PSDB pode ser uma escolha arriscada para o ex-ministro e ex-governador José Serra e para o seu partido, o PSDB. A avaliação é de especialistas em política ouvidos pelo R7.
Com o nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) se fortalecendo cada vez mais entre os tucanos para a disputa presidencial de 2014, surgiram rumores de que Serra poderia sair do partido para concorrer ao cargo máximo do Executivo no ano que vem. Os possíveis partidos que acolheriam o ex-governador de São Paulo seriam PPS ou a nova sigla que supostamente sairia da fusão do PPS com o PMN.
Caso essas previsões se concretizem, os especialistas destacam um possível “racha” no eleitorado tucano. Para o cientista político da UnB (Universidade de Brasília), Leonardo Barreto, com Aécio e Serra disputando a presidência da República em partidos diferentes, “o PSDB deixa de ter a garantia de estar no segundo turno” por ter uma possível adversária como Dilma na disputa.
— A gente vai ter a presidente Dilma já garantida no segundo turno e até lutando para vencer uma eleição no primeiro turno.
Barreto afirma que essas poderiam ser “as eleições mais competitivas desde 1989” por terem muitos possíveis candidatos fortes. Além de um representante do PT e um do PSDB, o governador de PE, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora Marina Silva (que está criando a Rede, seu novo partido) podem compor o cenário eleitoral. Porém, ele diz que Aécio teria mais chances de disputar o segundo turno, deixando Serra para trás, por estar em um partido maior e estar ligado à ideia de “juventude”.
Destacando a força eleitoral da presidente Dilma, Barreto afirma que as chances de Serra ou Aécio seriam maiores se o País passasse por uma crise econômica. As principais ameaças à petista seria, segundo ele, o desemprego gerado pelo baixo crescimento, inflação alta e falta de crédito para as pessoas. Nesse caso, o especialista avalia que Lula seria a melhor alternativa para partido — o que já foi descartado por ele próprio.
— Se acontecer problemas com a economia talvez eles acionem essa alavanca de emergência que é o Lula.
Já o filósofo do Isesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), José Antônio Moroni, acredita que a possibilidade de Serra deixar o PSDB é muito remota. Porém, caso se torne real, ele reafirma que o eleitorado pode rachar e o PT, sair beneficiado.
— Qualquer divisão nesse campo dificulta o enfrentamento da candidatura do PT. Quanto mais tiver divisões nesse campo, facilita a candidatura do PT.
Para o ex-governador de São Paulo e vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, ainda "é cedo para tratar da decisão sobre a eleição presidencial".
— Mas eu defendo que sejam convocados todos os simpatizantes do PSDB para participar do processo decisório, e não só os militantes filiados.
Mesmo com toda a especulação sobre como será o pleito de 2014, lideranças do partido de Lula e Dilma preferem não comentar o assunto e dizem que "isso não está na pauta interna do PT".
* Colaborou Giorgia Cavicchioli, estagiária do R7
Fábio Guinalz/05.03.2013/Fotoarena/Estadão Conteúdo
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