Desterro1:
Superação,
vencer limites. Essas palavras descrevem o espírito do medalhista
paralímpico José Roberto Ferreira de Oliveira. Roberto, como gosta de
ser chamado, leva uma vida normal ou quase normal, afinal quantos
paraibanos trazem no peito a honra de uma medalha olímpica?
O
atleta recém-casado também é professor de história e há anos se dedica
ao Goalball, esporte que trouxe prata para o Brasil nas Paralimpíadas de
Londres, em 2012. ricanos de Guadalajara, no México, o atleta foi um
dos responsáveis por conquistar a medalha de ouro ao bater os favoritos
Estados Unidos na decisão. Mas antes de chegar tão longe, esse paraibano
teve que enfrentar várias dificuldades.
Nascido
em Lagoa Seca, ele é o quinto de sete irmãos. O terceiro que nasceu
cego. Ainda jovem procurou o Instituto do Cegos, em João Pessoa,
seguindo um conselho do avô, também cego. “Ele disse para colocarem a
gente pra estudar, pois era a melhor coisa que poderiam nos dar. Os pais
dele não haviam permitido e ele não queria que a história se repetisse
conosco”, relembrou.
O
Instituto dos Cegos da Paraíba foi criado na década de 1950. O local
foi responsável pela escolarização e inclusão no mercado de trabalho de
centenas de pessoas com deficiência visual. Roberto é mais um exemplo
dessa história. Foi entre uma aula e outra de educação física que
conheceu o Goalball, aos 14 anos, desde então não parou mais.
Hoje,
aos 31 anos, traz na memória o orgulho de ter disputado as
Paralimpíadas pela seleção brasileira. “Não imaginava mais que pudesse
ser convocado. Fui pego de surpresa. Fiquei muito feliz”.
Atualmente,
ele atua pela Associação Paraibana de Cegos (Apace), organização
não-governamental que depende de voluntários para realizar os trabalhos
voltados para pessoas com deficiência.
Mas,
para chegar tão longe, foi preciso apoio de mais uma instituição. A
Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad),
do Governo do Estado, incentiva a prática esportiva de diferentes
formas.
Uma
delas permite que Roberto participe de treinamentos nas fases de
preparação para os torneios. “Nós treinamos no pátio da Funad. O espaço é
cedido para a gente treinar quando precisa”, informou o atleta.
A
fundação apoia vários para-atletas. São modalidades que vão desde o
Atletismo ao Futebol de 5, este disputado apenas por deficientes
visuais. Além do apoio financeiro para a compra de passagens a Funad faz
a intermediação com o Comitê Paralímpico Brasileiro para acomodações.
E
um dos projetos que será tirado do papel ainda este ano vai influenciar
diretamente a equipe de Goalball. Trata-se da construção de um ginásio
poliesportivo, 100% adaptado para suprir as carências dos portadores de
necessidades especiais. A construção está em processo de licitação e foi
avaliada em cerca de R$ 1,6 milhão.
O Goalball
A
modalidade foi criada durante a Segunda Guerra Mundial por alemães e
austríacos como uma terapia para os soldados feridos em combate. São
três atletas de cada lado da quadra, que mede 9m x 18m.
O
Goalball chegou à Paraíba em 1993, quando professor de Educação Física
Dailton Freitas, foi a São Paulo e conheceu a modalidade em um torneio.
No ano seguinte, a Paraíba participou pela primeira vez de uma
competição oficial. Desde então, o esporte cresceu e atualmente o Estado
conta com seis equipes regulares, sendo três masculinas e três
femininas.
(Informaçoes: Secom)
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