O sonho do Corinthians de conquistar o bicampeonato da Taça Libertadores da América encontrou um ponto final da noite desta quarta-feira (15), após a equipe alvinegra empatar em 1 a 1 com o Boca Juniors, em confronto disputado no estádio do Pacaembu. Como os argentinos venceram o primeiro confronto por 1 a 0, na Bombonera, na última semana, a classificação às quartas-de-final ficou com o time de Riquelme, Carlos Bianchi e companhia.
Riquelme e Paulinho anotaram os gols da partida, que ficou marcada por duas decisões questionáveis da arbitragem quando o placar ainda marcava 0 a 0. Na primeira, o lateral-direito Marín tocou a bola com a mão dentro da área, mas o árbitro paraguaio Carlos Amarilla nada assinalou. Na outra, o trio paraguaio anulou gol legítimo de Romarinho, assinalando condição de impedimento inexistente do meia alvinegro.
O Boca abriu o placar logo na sequência do gol anulado, com uma finalização despretensiosa de Riquelme que encobriu Cássio. O Corinthians empatou logo no início do segundo tempo, com um cabeceio de Paulinho, e chegou a pressionar, mas sem efeito. Aos 30 minutos, a torcida que lotou o Pacaembu ainda viu Alexandre Pato desperdiçar uma oportunidade inacreditável quando, dentro da área, livre de marcação e com o goleiro Orión fora da jogada, tropeçou nas próprias pernas e a bola saiu pela linha de fundo.
Classificado para as quartas-de-final, o Boca Juniors irá enfrentar o Newell’s Old Boys, que carimbou a sua classificação nesta quarta-feira ao eliminar o Vélez Sarsfield. O primeiro embate entre os dois argentinos está marcado para a próxima quarta-feira (22).
O JOGO
O primeiro tempo da partida foi equilibrado, sem grandes oportunidades de gol, mas ficou marcado por duas decisões polêmicas do trio de arbitragem paraguaio. Aos nove minutos de jogo, após cobrança de lateral, a bola sobrou para Emerson. O atacante corintiano tentou o domínio, mas o lateral-direito Leandro Marín desferiu um tapa na bola, que acertou o peito do atacante e impossibilitou o seu domínio. Carlos Amarilla mandou o jogo seguir e ainda advertiu Sheik com um cartão amarelo por conta da reclamação.
A outra decisão duvidosa de Carlos Amarilla ocorreu aos 23 minutos. Da intermediária do time argentino, Emerson desferiu lindo passe para Romarinho. Na cara do gol, o meia-atacante precisou finalizar duas vezes para balançar as redes, mas a arbitragem assinalou condição de impedimento – inexistente – do atacante. Um minuto depois, o Boca Juniors abriu o placar. Riquelme recebeu a bola na meia-direita e, despretensiosamente, arriscou o chute. A bola ganhou velocidade e encobriu o goleiro Càssio: 1 a 0.
Como o Boca havia vencido o primeiro jogo por 1 a 0, o gol marcado fora de casa fez com que o Corinthians passasse a precisar de nada menos do que três gols para conseguir a classificação. Por isso, o técnico Tite promoveu duas alterações no intervalo: Alessandro e Romarinho não voltaram para o campo, dando lugar a, respectivamente, Edenílson e Alexandre Pato. Logo no primeiro minuto, o Corinthians quase empatou: a defesa do Boca afastou mal e a bola sobrou para Danilo, que encheu o pé, para grande defesa de Orión.
Quatro minutos depois, o Corinthians chegou ao empate. Emerson cruzou da direita e Paulinho apareceu por trás do zagueiro para cabecear e igualar o marcador: 1 a 1. Um minuto depois, Guerrero recebeu passe de Pato e, de cara para o goleiro, finalizou por cima. O ‘Timão’ retornou para o segundo tempo com uma clara proposta: bombardear a área do Boca com cruzamentos para Guerrero, Pato, ou para quem quer que estivesse na “zona do agrião” para finalizar e construir a vantagem de dois gols que garantiria a classificação para a próxima fase.
Aguerrido, o Boca conseguiu reorganizar o seu sistema defensivo e neutralizou a pressão exercida pelo Corinthians no início do segundo tempo. O time de Carlos Bianchi marcava em bloco, pressionando a posse alvinegra, mas encontrava dificuldades em manter a posse de bola e atacar, até por conta do esquema defensivo adotado pelo comandante xeneize. Qualquer falta a favor do Boca se tornava um momento oportuno para que a equipe ganhasse tempo, com a tradicional “cera” argentina.
Aos 13 minutos, o Boca quase marcou o segundo. Riquelme avançou pela esquerda e arriscou o chute; Cássio “bateu roupa” e a bola sobrou na pequena área para Blandi que, desequilibrado, finalizou por cima. Um minuto depois, foi a vez de o Corinthians levar perigo: Ralf cruzou de trivela da direita e Paulinho, na pequena área, finalizou de peito; Orión mandou para escanteio. Na cobrança, Paulinho aproveitou a sobra e mandou para o fundo das redes, mas a arbitragem assinalou falta no goleiro Orión.
Aos 22 minutos, Carlos Bianchi substituiu Riquelme pelo atacante Lucas Viatri, abandonando o 4-5-1 e migrando para um esquema com dois atacantes. Com Pato aberto pela esquerda, Emerson pela direita e Guerrero centralizado, o Corinthians encontrava dificuldades para penetrar no rígido e aguerrido sistema defensivo boquense. As jogadas ofensivas corintianas se limitavam a buscar algum jogador aberto pela ponta que cruzasse para o meio da área, mas, aí, o Boca defendia com quase todos os seus jogadores e afastava o perigo.
Com o relógio marcando 30 minutos, Tite fez a sua última substituição, lançando Douglas no lugar de Danilo. Na sequência, o Corinthians desperdiçou uma oportunidade inacreditável. Guerrero escorou lançamento de Gil e Alexandre Pato, com um toque, driblou Orión; dentro da pequena área e livre de marcação, o atacante de R$ 40 milhões errou a bola, viu a redonda bater em seu calcanhar e sair pela linha de fundo.
Com a partida se aproximando do final, o Corinthians aboliu qualquer tipo de esquema tático e lançou-se ao ataque na base do coração. Emerson veio ajudar na marcação na lateral-esquerda e o zagueiro Paulo André foi “curtir uma” de meia-atacante. Cada vez que a bola parava em prol do Boca, a equipe argentina retardava ao máximo o reinício do jogo. À equipe boquense restou defender-se das últimas investidas do Corinthians para, ao apito final de Carlos Amarilla, “vingar-se” da derrota na final de 2012 e comemorar a classificação para as quartas-de-final da Taça Libertadores da América.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 1x1 BOCA JUNIORS
Competição: Taça Libertadores da América – Oitavas de Final (Segundo jogo)
Data/Hora: 15/05/2013, às 22h (de Brasília)
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Arbitragem: Carlos Amarilla (PAR), auxiliado por Rodney Aquino (PAR) e Carlos Cáceres (PAR)
Cartões amarelos: Emerson, Alessandro, Paulinho (Corinthians); Marín, Orión, Blandi (Boca)
Cartões vermelhos: —
Gols: Riquelme (24’/1ºT – 0x1), Paulinho (5’/1ºT – 1x1)
CORINTHIANS: Cássio; Alessandro (Edenílson – intervalo), Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo (Douglas – 29’/2ºT); Romarinho (Alexandre Pato – intervalo), Emerson e Guerrero. Técnico: Tite.
BOCA JUNIORS: Orión; Leandro Marín, Caruzzo, Guillermo Burdisso e Clemente Rodríguez; Erbes (Bravo – 34’/2ºT), Somoza, Erviti, Sanchez Miño e Riquelme (Lucas Viatri – 23’/2ºT); Nicolás Blandi (Zárate – 38’/2ºT). Técnico: Carlos Bianchi.
(FUTNET)
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