A jovem que alegadamente recebeu dinheiro para ter relações sexuais com o ex-primeiro-ministro italiano quando ainda era menor de idade negou hoje em tribunal ter dormido alguma vez com Silvio Berlusconi.
Karima El-Mahroug testemunhou hoje pela primeira vez no julgamento de três homens acusados de angariar raparigas para o ex-primeiro-ministro italiano.
No seu depoimento, disse que Berlusconi a convidou várias vezes para passar a noite na sua vivenda mas que no passado nunca teve relações sexuais com ele.
Descreveu como sensuais as noites na discoteca da vivenda de Berlusconi, que os convidados chamavam de bunga bunga, e afirmou que recebia entre2.000 a3.000 euros por noite.
A mulher conhecida como Ruby disse que chegou a ver 20 raparigas a despirem-se para o ex-primeiro-ministro mas que nunca viu contacto entre o anfitrião e as jovens.
A jovem foi chamada a testemunhar no julgamento de Lele Mora, antigo empresário e agente de espetáculos, Emilio Fede, pivô de uma das televisões de Berlusconi e Nicole Minetti, corista e política, todos acusados de fornecerem raparigas para as festas na vivenda bunga bunga em 2010.
Berlusconi alega que foram apenas festas normais seguidas de concursos burlescos.
Karima disse ainda que conheceu Fede num concurso de beleza na Sicília quando tinha 16 anos e que trabalhou para o empresário como acompanhante em festas.
Ruby disse ainda que Minetti era uma presença regular nas festas e que a viu uma vez a fazer um espetáculo de strip-tease para Berlusconi.
A sentença de Berlusconi, acusado de abuso de poder e de manter por alegadas relações sexuais com El-Mahroug, menor de idade na altura dos factos, deverá ser conhecida em junho.
Berlusconi é acusado de ter pressionado a polícia para libertar El-Mahroug, detida pelas autoridades por pequenos delitos, depois de ela ter ameaçado revelar a relação que mantinha com o ex-primeiro-ministro.
O Ministério Público pede seis anos de cadeia para Berlusconi e a impossibilidade de ocupar cargos públicos no julgamento prossegue em separado em Milão e a sentença deve ser conhecida no dia 24 de junho.
O antigo primeiro-ministro, atualmente senador e líder do partido Povo e Liberdade, ocupa um papel de relevo na coligação governamental italiana, nega todas as acusações e acusa a justiça e os procuradores de esquerda de o tentarem eliminar politicamente.
(Diário Digital com Lusa)
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