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9 de fev. de 2014

Família aguarda Júri Popular

Na semana em que o crime que chocou a Paraíba e que ficou conhecido como “A barbárie de Queimadas” completa dois anos, familiares devastados pela tragédia ainda cobram a condenação de Eduardo Pereira dos Santos. Ele é o principal acusado de liderar o estupro coletivo de cinco mulheres e assassinato de duas delas no dia 12 de fevereiro de 2012 na cidade da região do Agreste. O réu aguarda o júri popular em uma cela de segurança, na área de isolamento da Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes (PB1). Uma caminhada seguida de celebração religiosa marca na próxima quarta-feira em Queimadas, os dois anos da brutalidade.

A professora Maria de Fátima Pajuçara, 58 anos, mãe da professora Izabella Pajuçara, uma das mulheres assassinadas com requintes de crueldade, conta que a vida está parada. Não sai de casa sequer para ir ao médico. Não consegue nem mesmo assistir às manifestações públicas de carinho e pedidos de Justiça. “Ela era muito amorosa, muito carinhosa. Era ela quem resolvia tudo pra mim, quem me levava ao médico, quem cuidava de mim. Hoje eu só peço a Deus, mesmo com essa saudade e angústia, que proteja minha filha onde ela estiver e proteja a gente aqui e nos dê força para continuarmos nossa caminhada. Eu tento, mas eu simplesmente não tenho forças para sair de casa”, lamenta.

Maria se entristece ao lembrar que dois anos após os atos criminosos, o acusado de ser o mentor intelectual da ação ainda esteja sem julgamento. “A gente cria uma filha, educa, sacrifica-se e aí chegam essas pessoas más e tiram a vida dela dessa forma tão brutal. É muito difícil pra mim”, completa. Isânia Monteiro, irmã de Izabella, e que hoje é coordenadora do Centro de Referência da Mulher Fátima Lopes, localizado em Campina Grande, não se conforma pelo estado da mãe. “Ela trabalhava muito, era professora também. Era muito ativa. Hoje nós todos cuidamos dela. Ela tem acompanhamento de um psicólogo, em casa mesmo. Eu tento muito que ela saia, mas não consigo”, diz.

Isânia relatou que o trabalho à frente do centro tem ajudado a enfrentar a perda e a saudade da irmã, bem como a luta por Justiça para o caso. “Eu resolvi participar da seleção para o centro porque eu percebi que era uma missão. Quantas mulheres não são vítimas de violência e têm medo de denunciar? A minha luta é para não deixar que o que fizeram com Michele e minha irmã caia no esquecimento. Mas é também para dar voz a estas outras vítimas e às suas famílias, tão devastadas quanto as nossas. Não há um só dia que eu não chore de dor e de saudade, mas eu peço força a Deus e não me entrego”, desabafa.

Já a dona de casa Maria José Domingos, 47 anos, mãe da recepcionista Michele Domingos, a outra vítima da “Bárbarie”, morta covardemente na frente da Igreja Matriz, começou a produzir marmitas em casa para contribuir com o sustento da família.

“Tudo mudou, tudo. Meu marido perdeu o emprego, porque, muito abalado, não conseguia cumprir as funções. Conseguiu outro, mas não segurou, agora está na luta para ver se encontra trabalho. Eu comecei a fazer quentinhas pra vender, porque tenho outros filhos, inclusive crianças pequenas. Era Michele que praticamente sustentava a casa junto com meu marido e ajudava na educação dos mais novos. Essa dor nunca vai ter fim”, conclui. 

JP Online

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