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18 de set. de 2015

Em entrevista, Ricardo Coutinho ascende como alternativa nacional do PSB

Ricardo Coutinho (PSB) tem defendido mais investimentos no Nordeste e a permanência da presidenta Dilma Rousseff (PT) até o final do mandato. O governador começou a vida política no PT, onde conseguiu seus primeiros mandatos de vereador e deputado estadual. Em 2004 saiu do partido e filiou-se ao PSB para disputar a Prefeitura de João Pessoa. Esteve a frente da administração municipal por dois mandatos com avaliação positiva de quase 80%, de onde saiu para disputar o governo do estado com o apoio do hoje adversário político Cássio Cunha Lima (PSDB). 

Em 2014, rompeu com Cássio e disputou contra o ex-aliado uma campanha acirrada. Venceu no segundo turno. Hoje, Coutinho mostra força dentro do PSB e começa a deslocar a força do partido de Pernambuco para a Paraíba. Dentro do PSB é uma das vozes contra uma possível aliança com o PSDB de Geraldo Alckmin para 2018. Entre as especulações, há quem aposte no paraibano como candidato socialista ao Palácio do Planalto.
Confira um trecho da entrevista exclusiva, veiculada na edição 106 da Revista Nordeste:

Revista NORDESTE: O PSDB encabeça, com Aécio Neves, um movimento de desestabilização e de impeachment. Como o senhor vê essa insistência de não respeitar o resultado das eleições?

Coutinho: Eu acho que primeiro o PSDB não tem unidade em torno dessa estratégia. Segundo, eles querem no mínimo ontinuar a paralisar o país durante três anos visando uma eleição futura. Porque eles sabem que seria profundamente traumático, sem ter nada concretamente contra a presidente, entrar em uma de propor e conseguir o impedimento. Seria traumático, porque quem derruba por um lado, daqui a três meses não resolvendo a crise, poderia ser derrubado de outro. Não existe impeachment de impopularidade. É preciso um fator concreto, um fator determinante, que no caso específico não existe. Pode-se dizer: Mas as pedaladas. As pedaladas aconteceram em outro mandato. Se houvesse alguma condenação serviria como inelegibilidade, mas ela continuaria a exercer o seu mandato. Não há um impedimento. O que me choca e me preocupa é a paralisia do país. O ano não começou para o Brasil, nós estamos vivendo 2014 ainda. O governo não consegue ter uma estratégia para poder dizer: Vamos por aqui. O governo teria que sinalizar com algo que gerasse confiança para aliados e não aliados que defendem o estado de direito. 

NORDESTE: O governo recuou de um projeto da recriação da CPMF. Há quem considere a presidenta um pouco frágil. Qual é a sua leitura crítica sobre esse descompasso.? O que falta a ela neste momento?

Coutinho:  Falta coerência do governo. O governo perde cada vez mais a sua base social, porque não consegue dialogar com a base social em termos concretos. Não adianta fazer diálogo de boca, mas o principal, a política mãe de todas as políticas, que é a política econômica, não deve, vamos dizer assim, quebrar o setor produtivo. E ao quebrar o setor produtivo quebra o próprio governo do ponto de vista da receita, e quebra os estados e municípios. Quebra o poder público que é responsável pelas políticas públicas que envolvem 70%, 80% da nossa população. É preciso resgatar isso. Eu acho que é preciso que a presidente, penso eu, só fazendo exercício de pensamento mesmo... seja mais do que nunca, neste momento de disputa partidária, a presidente do Brasil. Por conta da crise que se coloca sobre o partido ao qual ela está filiada, ela precisa se situar como presidente do Brasil e recuperar a confiança dos brasileiros como um todo. Isso passa pela politica, principalmente econômica, porque é preciso ter um novo caminho. Claro. Os juros não podem continuar nessa altura. Isso não existe. Porque ninguém vai colocar um real na produção. Vai colocar nos bancos. E os bancos estão acumulando o que nunca acumularam antes, cada vez mais. Não é possível que estados como o nosso, que fizeram o dever de casa... Não tenham a liberdade para poder contrair um empréstimo para que a gente possa fomentar mais emprego. É preciso ter uma agenda para o país. Essa agenda não está clara até hoje porque me parece que o governo ainda está profundamente acuado e acanhado.

NORDESTE: O PSB tem gerado um movimento de pacto com o PSDB. Mas o senhor tem se mostrado contra. Qual é a sua projeção para os próximos tempos, sabendo que o PSB de São Paulo e Rio Grande do Sul terminam manipulando pró-PSDB. Qual o futuro para o partido?

Coutinho:  Eu não faço criminalização de alianças, desde que ela seja feita em torno de um projeto político. O projeto precisa ser muito claro. O PSB sempre foi detentor de uma postura e pensamento dentro do campo da esquerda democrática. O PSB tem que ter a ousadia de continuar a perseguir, para o país, um projeto de nação que dialogue com o presente, mas fundamentalmente, dialogue lá na frente com duas ou três gerações adiante. A grande questão é que até hoje o país não conseguiu isso. Por incrível que pareça o país esteve mais próximo em alguns setores, particularmente no energético, no regime militar, depois não teve. Avançou com o PT em algumas políticas sociais. Podemos dizer que foi um período de inclusão social. Porém, o país se desindustrializou. O aumento da venda de commodities na balança foi cada vez maior do que a venda de manufaturados. Nós encolhemos. O que significa isso? Nós não estamos agregando valor àquilo que o país tem. Mandamos o ferro para fora e importamos o ferro manufaturado. A gente exporta a soja, mas não agrega valor. Isso significa menos empregos e menos divisas. Isso significa dizer que nossa capacidade está menor. Isso é algo que desequilibra tudo e compromete o futuro. Esse futuro precisa passar por Ciência e Tecnologia e Educação. O PSB tem que se identificar com isso. Essa é uma análise de uma grande parte do nosso partido, de uma grande parte das bases. Nós temos aqui no Nordeste, pelo fato de estarmos mais juntos, uma unidade, um trabalho muito importante com o governador Paulo Câmara e o PSB de Pernambuco. Nós temos uma compreensão de que não podemos simplesmente fazer uma trajetória que desqualifique o pensamento do partido e a ação do partido ao longo de sua existência. O partido não pode e não deve ficar a reboque de ninguém, seja no campo que o PSB se encontra, e aí me refiro ao PT, e muito menos ser reboque de um partido que não incorpora as formulações mais generosas que o PSB possa se identificar. Eu tenho certeza absoluta que isso é mais momentâneo por conta dos embates dentro do Congresso, por conta da ressaca eleitoral. O PT foi muito incisivo, violento na campanha eleitoral. Agora, eu acho que a gente não pode trabalhar pensando somente para trás, é preciso pensar para frente. Por isso eu acho que a defesa da constitucionalidade, e isso inclui os mandatos eletivos. É preciso que o PSB jamais embarque, como não está embarcado, nessa onda de achar que vai derrotar quem quer que seja sem ser através de eleições.

Acesse a edição 106 da NORDESTE e leia a entrevista com o governador da Paraíba na íntegra. A partir de amanhã a revista também estará disponível em formato digital para Smartphones e iPads. O download será gratuito. 

Da Redação
Revista NORDESTE

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