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13 de abr. de 2016

'THE CLASH'' NA ESPLANADA - Profecias sobre um Domingo potencialmente sangrento

No próximo Domingo (17/04), em Brasília, não há muro de Rollemberg ou contingentes policiais gigantescos que consigam dar conta de impedir o "clash" das massas. Uma tragédia anunciada? 

Não é preciso ser profeta pra prever que a Esplanada dos Ministérios viverá momentos de tensão raramente vistos no Brasil neste século 21 - e não estou entre os otimistas que acreditam na fantasia romântica de que reinará a paz social e a confraternização democrática. "A quem interessa a pedalada da violência?", pergunta-se Alceu Castilho. 

A maior das irresponsabilidades dos golpistas é justamente seguirem em frente com a intentona, sem darem a mínima para o sangue que no futuro pode correr, para as mortes que podem advir, após uma eventual derrubada do governo (o que ainda está muito distante, já que o impeachment tem que passar por Câmara e Senado): na hipótese do plano Temer-Cunha ser aprovado, e Dilma ser deposta, no hipotético "dia seguinte" decerto não reinaria, no Palácio do Planalto, um país pacificado a governar com tranquilidade das cúpulas despovoadas, bem ao gosto das tradicionais elites patrimonialistas que tem fobia de povo... 

Muito pelo contrário: um hipotético governo Temer-Cunha começaria num cenário de convulsão social que beiraria a guerra civil.  Ou vocês acham que a CUT e o MST iriam "deixar quieto"? Que não ocorreriam greves, ocupações e travamentos de rodovias? Que os trabalhadores sem-teto, sob a liderança de Boulos, iriam acatar como cordeirinhos a extinção dos direitos trabalhistas e a exacerbação da pauta neoliberal? 

Num eventual governo Temer-Cunha, será que o Exército seria chamado para conter a massa de "petistas" e "governistas" inconformados com a destituição de uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos e contra quem não pesa acusação de corrupção nem crime de responsabilidade? Será que as Forças Armadas topariam obedecer às ordens da dupla Temer-Cunha? A Polícia Militar ganharia prerrogativas para encarcerar, como prisioneiros políticos, os defensores do "antigo regime Dilmista"? Será isso mera paranóia de alguém que teme um impossível retorno dos horrores ditatoriais que infelicitaram estes país por 21 anos após o golpe de 1964?

 Domingo, na Esplanada, há possibilidade muito palpável de violência, há chance de que a situação saia de controle. É isso que querem os golpistas, incendiar o circo e depois governar sobre as cinzas de uma democracia fulminada pelo fogo? Os ânimos estão muito acirrados, as paixões muito à flor-da-pele, para que eu possa crer na convivência pacífica entre as multidões em disputa neste Fla-Flu político incendiário que está marcado para o Domingão...

Ao contrário do impedimento de Collor em 1992, em que o "caçador de marajás", consagrado pela Globo na inesquecível campanha de 1989, não encontrou quem o defendesse nas ruas, o processo contra Dilma encontra enorme e ruidosa resistência na sociedade civil. O movimento civil do "Não Vai Ter Golpe", por mais que a oposição tente desqualificá-lo, já é uma força social que não se pode desprezar e que tem organizado gigantescas manifestações e comícios - como o que ocorreu nos Arcos da Lapa, RJ, no dia 11 de Abril - em defesa da democracia, vista como valor ameaçado pelo golpismo parlamentar, pela desinformação midiática, pelas arbitrariedades de uma justiça partidária e seletivamente persecutória.

O dia 31 de Março é muito simbólico da força que já adquiriu, nas ruas e nas redes, o movimento (que transcende em muito o mero "governismo") do "não vai ter golpe (vai ter luta!)", razão esta que me deixa em angustioso suspense diante do que virá. Este não será apenas um Domingão do Faustão, orquestrado sem contestação pela Globo e pelo resto da corja do P.I.G., com filé mignon servido pela Fiesp para a Ala Direita da esplanada, com micareta do MBL e uma infinidade de camisetas canarinho da CBF, mas será sim a ocasião para um entrechoque de multidões que, na polarização atual, estão em lados opostos da barricada. 

A polarização é real, concreta, palpável, e veio num crescendo que agora há de culminar num 17 de Abril de tensões e conflitos inimagináveis (além do mais, neste dia se completarão 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando 21 pessoas foram assassinadas por policiais militares...).

O "lado esquerdo da Força", por assim dizer, lá na Esplanada estará representado pelo MST, pela CUT, pela UNE, pelo MTST, pelo Povo Sem Medo, pela Frente Brasil Popular, pelos Jornalistas Livres e pela Mídia Ninja, por grande parte da intelectualidade e da classe artística etc., além de brasileiros aos milhares que, apesar de des-filiados de partidos e não-engajados em movimentos, estarão lá por solidariedade à presidenta eleita, por indignação diante do que sentem como um golpe baixo, tramado por conspiradores que desejam escapar da punição por suas corrupções recorrentes e impunes. 

A massa verdeamarelista bradando pela cabeça dos petralhas (uma parte deles pedindo por Bolsonaro e abençoando Marco Feliciano...) terá, lado a lado, a gigantesca conglomeração daqueles que irão encontrar ânimo e fôlego para denunciarem em alto e bom som uma injustiça, uma intentona golpista, uma intriga-da-oposição que ameaça lançar-nos ao abismo do retrocesso, com funestas e imprevisíveis consequências posteriores...

Os próximos dias, no Brasil, serão mais tensos e excitantes do que qualquer thriller Hollywoodiano... Se reinará a tragédia ou a farsa, o luto ou a pilhéria, em breve descobriremos. 

* * * * *
Fonte: E.C.M. @ A Casa de Vidro - 13/04/2016

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