
O objetivo da ação é coletar provas de esquema ilícito montado nas execuções do São João de Patos em 2014, 2015 e 2016, bem como de enriquecimento ilícito de investigados que se beneficiaram a partir de apropriação de recursos captados em patrocínios do evento.
Os fatos, apurados pelo MPF no Inquérito Civil nº1.24.003.000131/2015-64, são derivados do encontro fortuito de provas que compõem o volume gigante de dados obtidos na Operação Desumanidade e foram compartilhados com as instâncias competentes para apurá-los, no caso, a primeira instância. São fatos laterais e sobre eles não há sigilo judicial referente à atuação da Justiça de primeiro grau, conforme ocorreu com ação de improbidade ajuizada recentemente, envolvendo gestores de municípios de Patos e São José de Espinharas.
De acordo com o que foi investigado até o momento, há fortes indícios que a Prefeitura de Patos contratou a empresa de eventos Área Badalada, de propriedade do filho do secretário de Agricultura do município, por meio de uma licitação direcionada.
Ao que tudo indica, a empresa foi utilizada para angariar recursos de patrocínio para custear o evento São João de Patos e várias outras atrações juninas a cargo do município. As irregularidades, segundo apontam as investigações, objetivaram não só executar o evento com recursos de empresas públicas federais e de particulares, mas também a apropriação dos valores de patrocínio, enriquecendo ilicitamente os investigados envolvidos.
Entre os principais patrocinadores do evento estaria a empresa Friboi, do grupo JBS, que teria desembolsado altos valores para bancar o São João de Patos 2015.
Estão sendo ouvidos Ilanna Araújo Motta, Meryclis D'Medeiros Batista, Wescley Barbosa Lima, Joseilson Felipe da Silva e Wadi de Andrade Barros.
Ilanna de Araújo Motta, conforme áudios de interceptação telefônica, como chefe de gabinete da Prefeitura de Patos, executou e participou das irregularidades no ano de 2015, inclusive quanto ao suposto repasse de recursos provenientes da Friboi à secretária de Finanças, Meryclis D'Medeiros.
Meryclis D'Medeiros, como secretária de Finanças do município e presidente da Comissão de São João de Patos, demonstrou participar diretamente da execução do evento no ano de 2015, conforme se verifica nos áudios interceptados. A secretária de Finanças, inclusive, possuía acesso à conta bancária da empresa Área Badalada, sabendo até os saldos bancários da empresa para o pagamento de itens do evento.
Wescley Barbosa Lima e Wadi de Andrade Barros são sócios da empresa Área Badalada. Wescley é, em tese, responsável pela administração da empresa. Já Wadi era proprietária da empresa Badalo Produções e Eventos (encerrada), firma já conhecida e processada pelo MPF em outro caso de ilicitudes relacionado a recursos públicos. Wadi de Andrade é esposa de Joseilson Felipe da Silva.
Joseilson Felipe da Silva é procurador da empresa Área Badalada e, conforme informações levantadas pelo MPF e informações bancárias da empresa, tudo indica que é proprietário de fato da empresa, executando pagamentos e, inclusive, passando cheques para pagamentos diversos do São João de Patos 2016.
Atualização:
Segundo informações chegadas a nossa redação, Ilanna de Araújo Motta, não foi encontrada, e portanto não foi levada para ser ouvida.
Fonte: Patos Online
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