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11 de ago. de 2014

Campos diz que pedirá ajuda de estados e municípios para passe livre

O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, afirmou nesta segunda-feira (11), em entrevista ao vivo ao G1, que estados e municípios terão de dar uma contrapartida para um fundo nacional que pretende criar a fim de financiar o passe livre para estudantes de escolas públicas.

Campos disse que, se eleito, a maior contribuição para esse fundo virá do governo federal, mas estados terão de dar 20% de contrapartida e municípios, 10%.

"Nós vamos criar um fundo nacional. Municípios e estados que têm transporte coletivo nas cidades, sistemas públicos, se candidatam. E vai ter uma contrapartida de 10% dos municípios e 20% dos estados para esse fundo. Fizemos esse cálculo com a média das passagens que hoje são aplicadas nas regiões metropolitanas e nas cidades têm sistemas de transporte", afirmou. A estimativa da campanha de Campos é que esse fundo acumule R$ 12 bilhões para financiar o passe livre, conforme ele antecipou em entrevista à Globo News na semana retrasada.

Segundo o candidato, a proposta do passe livre é motivada por um "compromisso" com a educação. "Muitas pessoas que passaram no regime de cotas estão deixando as universidades porque não têm condição de ir e vir", disse. Segundo ele, o passe livre já é dado atualmente para quem tem mais de 60 anos e pode ser ampliado.

Durante cerca de 45 minutos, o presidenciável, que chegou à redação do G1 acompanhado da candidata a vice Marina Silva, respondeu a perguntas de internautas e do portal, em três blocos, conduzidos pelos jornalistas Tonico Ferreira, da TV Globo, e Nathalia Passarinho, do G1.

A ordem dos entrevistados (veja ao final desta reportagem) foi definida por sorteio na presença de representantes dos partidos de todos os candidatos. A candidata sorteada para o primeiro dia da série de entrevistas (28 de julho), a presidente Dilma Rousseff, não compareceu por problemas de agenda, segundo a assessoria do Palácio do Planalto. Além de Campos, já foram entrevistados Zé Maria (PSTU), Aécio Neves (PSDB) e Mauro Iasi (PCB). O próximo, na quinta-feira (14), é Rui Costa Pimenta (PCO).

Inflação e 7 a 1

O presidenciável afirmou que, para combater a inflação, pretende primeiro levar o índice para o centro da meta (4,5% – atualmente, está em 6,5%) e depois "ir adiante", tentando se aproximar dos 3%.

"O que eu falo é que países vizinhos ao nosso têm inflação desse tamanho, como o Chile, por exemplo, a Colômbia tem uma inflação menor que o Brasil. Estou falando de países vizinhos com a economia menos pujante que o Brasil. Nós precisamos é que, com a boa governança macroeconômica, coloquemos a inflação na meta dos 4,5 e, depois que voltar aos 4,5, não ficar parado nos 4,5 como um objeto de desejo. Nós podemos ir adiante. Para isso, no primeiro momento, é centro da meta dos 4,5. Coordenar a política monetária e fiscal no Brasil, passar segurança, vencer a crise de confiança que há no Brasil", declarou. Ele disse que o atual governo teve "três anos de idas e vindas" e demonstrou ter "desconfiança" da iniciativa privada. "A incerteza fez o Brasil parar", declarou.

O candidato reiterou a comparação que vem fazendo durante a campanha de que o Brasil "está perdendo de 7 a 1", em alusão à derrota da seleção brasileira para a da Alemanha na Copa do Mundo.

"O Filipão botou [os 7 a 1] no campo e a Dilma, na vida real da gente", comparou. "É 7 de inflação e menos de 1 de crescimento. Nós vamos botar o Brasil para voltar a crescer", afirmou.

Juros, câmbio e fator previdenciário

Eduardo Campos prometeu ainda que, caso seja eleito, o país terá um Banco Central "mais independente". Segundo ele, isso facilitará a redução da taxa de juros e ajudará a política cambial.

"Temos um compromisso com tripé macroeconômico, com o centro da meta, da inflação. O que acontece hoje? É que na hora que o Brasil tem uma governança macroeconômica errática e acha que só a taxa de juros vai resolver o problema, a gente termina não resolvendo o problema da inflação, legando um juro alto e um câmbio valorizado que termina por afetar as nossas exportações. Na hora que tivermos um banco central independente, um conselho de responsabilidade fiscal do país – que não se tem até a data de hoje no país para garantir o equilíbrio fiscal e o esforço fiscal, um Banco Central mais independente –, os juros vão entrar numa descendente e o câmbio vai para o lugar certo", declarou.

Indagado por um internauta sobre o fator previdenciário, critério que reduz o valor da aposentadoria para quem se aposenta mais cedo, Eduardo Campos afirmou que não se pode equilibrar as contas da Previdência em cima de um único segmento. Ele disse que está estudando uma proposta que apresentará até o fim da campanha.

"Nossa equipe tem discutido o fator previdenciário. Porque não se pode imaginar equilibrar a Previdência só em cima de um segmento. Nós temos uma questão de previdência no mundo inteiro, que é o fato bom, que as pessoas estão vivendo mais. [...] Nós fizemos uma mudança no fator previdenciário que está corroendo em alguns casos a metade da pensão ou do beneficio de muitas pessoas no Brasil. É preciso um olhar para rever o fator previdenciário. Já há um debate no Congresso Nacional, nós estamos fazendo contas e até o final da campanha vamos conversar sobre isso", declarou.

Combustível e energia

O ex-governador disse ainda que a presidente Dilma Rousseff vai aumentar os preços da energia e do combustível após as eleições. Segundo ele, a presidente "guardou na gaveta" o aumento para depois da eleição.

"Todo mundo sabe que ela mandou guardar o aumento da energia e está emprestando dinheiro nos bancos oficiais com a garantia do reajuste. E no combustível é a mesma coisa. É só esperar outubro para essa resposta ser dada pela própria Dilma", declarou.

Questionado se poderia se comprometer em não reajustar os preços se for eleito, Campos afirmou: "Não imagine que eles não vão reajustar porque o orçamento fiscal não suporta esse tipo de mágica. Precisamos dar ao combustível uma regra segura, uma regra clara, para não acontecer o que acontece hoje", disse.

Campos disse ainda que pretende "resgatar" a Petrobras, "a unica petroleira que, quanto mais vende, mais tem prejuízo". "Precisamos garantir regras seguras e direção profissionalizada para resgatar a Petrobras", declarou.

Campos foi perguntado por um leitor sobre o motivo pelo qual a candidata a vice, Marina Silva, não concorre a presidente no lugar dele. Como a criação de seu partido, a Rede Sustentabilidade, não foi aprovada pela Justiça Eleitoral a tempo de ela concorrer, Marina Silva se filiou ao PSB. Nas eleições de 2010, ela recebeu mais de 19 milhões de votos. Pesquisas eleitorais feitas no ano passado indicaram Marina com até 16% das intenções de voto para esta eleição, mais do que Campos tem atualmente (9%, segundo a mais recente pesquisa Ibope).

O candidato afirmou, em relação a Marina, que não existe transferência de voto. "Você não tem um voto dentro de uma caixa e leva como se fosse uma mudança, que você arruma a roupa dentro de uma mala e leva", afirmou. "Temos um projeto para o país, para melhorar o Brasil, porque o Brasil parou de melhorar, começou a piorar de maneira acelerada. Marina procurou construir um partido para renovar a expressão da política no país, que foi a Rede, que teve que enfrentar todas as questões [...]. No último dia, em que a Rede não obteve registro, a Marina nos procurou, procurou o PSB, para que a gente construísse programa para melhorar a política", disse.

Mãe no TCU

Eduardo Campos disse não ver problemas no fato de a mãe, Ana Arraes, ser conselheira do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo ele, a mãe não julgaria contas do governo federal caso ele fosse eleito.

"Ela não vai apreciar como magistrada nenhuma conta que nos envolva diretamente. Fiquei sete anos e três meses no governo e tudo que se refere a convênios e recursos federais ela não julga o que tem a ver com o estado [de Pernambuco]."

Segundo Campos, que se intitula o primeiro governador do país a fazer uma lei contra o nepotismo, "isso [a mãe ser ministra do TCU] não é um problema [...] O problema do Brasil é outro, é baixo crescimento, é inflação de volta, são os problemas reais."

Eu não mudei de lado. Nunca na minha vida mudei de lado. Sempre fui eleito pelo mesmo partido. Na vida, às vezes, temos que tomar atitude de coragem, e foi a atitude de coragem que tomei. É que o país vinha mudando e parou de mudar no governo da presidente Dilma."

Ex-aliado do PT

Ao ser perguntado sobre se "mudou de lado", ao ter deixado o governo do PT, Campos disse que tomou "atitude de coragem" ao sair do governo e criticou a relação de Dilma com os senadores ex-presidentes Fernando Collor e José Sarney e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, segundo ele, "ganharam protagonismo" na gestão dela.

"Eu não mudei de lado. Nunca na minha vida mudei de lado. Sempre fui eleito pelo mesmo partido. Na vida, às vezes, temos que tomar atitude de coragem, e foi a atitude de coragem, de mostrar que o país vinha mudando e parou de mudar no governo da presidente Dilma."

Pinga-fogo

Ao final da entrevista, os jornalistas pediram ao candidato respostas "sim" ou "não" para perguntas num formato "pinga-fogo".

Campos afirmou ainda ser contra a revisão da Lei da Anistia, contra a legalização da maconha, contra a privatização de estatais, contra o foro privilegiado para políticos e contra o ensino religioso nas escolas.

Ele se disse a favor do imposto para grandes fortunas e da união civil de homossexuais. Sobre a descriminalização do aborto, afirmou que considera adequada a legislação atual, que prevê a prática em casos de estupro e de risco para a mãe.
G1

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