Balanço 2010-2011 - Desterro1

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23 de dez. de 2010

Balanço 2010-2011

Confira o balanço das ações da ASA Brasil em 2010 feita pelo coordenador executivo, Aldo dos Santos, em entrevista a Assessoria de Comunicação da ASA (ASACom). Além disso, saibam quais são as perspectivas e os sonhos da Articulação para 2011 de acordo com o coordenador executivo e vice-presidente da AP1MC, eleito em outubro, Carlos Humberto.
ASACom  - Que fatos marcantes você destaca na caminhada da ASA Brasil neste ano de 2010?
Aldo – Um grande fato que marcou a caminhada da ASA foi a realização do EnconASA [Encontro Nacional da ASA], realizado em Juazeiro, na Bahia. Depois de termos adiado o encontro que seria em 2009 pra 2010, realizá-lo na Semana da Água, na cidade onde o agronegócio é muito evidente, valorizando as experiências dos agricultores de todos os cantos desse Semiárido dentro de um debate temático sobre direito à propriedades, reforma agrária, gênero, juventude, segurança alimentar, acesso à terra e à água, foi um fato muito marcante. Coincidindo óbvio com a nossa grande caminhada em Juazeiro, com mais de 4 mil pessoas, que eu acho que abriu um bom diálogo com a sociedade que estava lá e também teve uma repercussão política muito interessante com a participação de vários ministérios. A participação da cultura do Semiárido foi também algo muito expressivo neste EnconASA.
Outro fato marcante foi a própria dinâmica de funcionamento da relação entre os programas da ASA. Acho que em 2010 já deu pra gente visibilizar essa dinâmica de que a Articulação tem um grande programa, que é o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido, que tem duas ações âncoras que dão a expressão desse programa: o P1MC [Programa Um Milhão de Cisternas] e o P1+2 [Programa Uma Terra e Duas Águas].
Este ano foi evidente que todos os momentos internos de formação foram feitos articulados a essas duas ações. Ao mesmo tempo, percebemos em todos os estados um esforço de requalificar e debater o papel das comissões municipais da ASA. Com isso, saímos de uma compreensão das comissões municipais do P1MC para as comissões municipais da ASA.
Destaco também o posicionamento da coordenação executiva da ASA Brasil frente ao momento eleitoral. Acho que, sem querer copiar ou plagiar o presidente Lula, nunca na história da ASA tínhamos tido uma posição, com tanta segurança e firmeza, sobre o projeto que queríamos dar continuidade para o Brasil. Ter feito a carta e se posicionado claramente pela candidatura de Dilma Rousseff pra mim é um fato muito marcante, inclusive, isso teve uma grande repercussão nas comunidades, nos municípios, em todos os estados.
Por fim, outro fato marcante foi termos conseguido fazer um redesenho da ASA Brasil na sua diretoria dentro da AP1MC [Associação Programa Um Milhão de Cisternas]. Acho que é essa mudança de ampliação de uma diretoria executiva de três para cinco pessoas, onde temos presente os estados de Minas, Bahia, Pernambuco, Ceará e Piauí, gera uma divisão de responsabilidades interessante e eu acho que marca também a própria condução nossa, enquanto ASA Pernambuco, dentro da coordenação executiva e da ASA Brasil. Destaco também a última reunião da Coordenação Executiva Ampliada onde mais uma vez reforçarmos os pontos comuns e trabalharmos numa certa unidade, numa visão de rede. Acho que isso é um fato importantíssimo pra ASA no ano de 2010.
ASACom - Que conquistas você pontua na ASA neste ano de 2010?
Aldo – Eu queria lembrar primeiro que, no final de 2009, tínhamos um termo do P1MC assinado com a perspectiva de liberação de recursos e que, em função do contingenciamento dos recursos no Ministério da Fazenda, não tivemos a condição de iniciar o P1MC já em janeiro. Com isso, imaginávamos enfrentar um grande problema de desarticulação, mas acho que todo o esforço e toda a mobilização que foi feita pela própria Coordenação Executiva e pela diretoria executiva, pra discutir com o MDS um novo termo, que fosse menor e que já em março a gente retomasse o P1MC, pra mim foi uma grande conquista no início de 2010.  Mesmo sem o P1MC, manter a UGC [Unidade Gestora Central] e o P1+2 funcionando, na virada de 2009 – 2010, foi uma conquista, é sempre uma conquista ter isso.
Outra conquista foi o fato da gente conseguir ao longo desse ano ampliar o nosso leque de relações, de parceiros. A Cooperação Espanhola, nosso novo parceiro, abre a perspectiva de um diálogo com o fundo internacional isso também com a perspectiva de conquistarmos a universalização de cisternas em cerca de 100 municípios do Semiárido. Eu acho que há um afinamento com um novo parceiro que é a Fundação Avina, que tem hoje sido um parceiro importante para a ação da ASA na América Latina, especialmente, alguns países da América do Sul onde estamos tendo a oportunidade de oferecer às famílias camponesas de outros países, que têm a mesma dificuldade de acesso à água, uma tecnologia social apropriada pelas famílias do Semiárido Brasileiro. Além disso, os técnicos, animadores, pedreiros e pessoas que são facilitadores desse processo aqui estão tendo a oportunidade de ir lá também e acompanhar esse processo. Acredito que isso tem sido uma conquista muito gratificante da nossa ação de solidariedade política com os povos da América.
Outra conquista enquanto parceiro é a retomada da parceria com a Febraban [Federação Brasileira dos Bancos]. Depois de um processo de avaliação intenso sobre os termos que tinham sido feitos entre a Federação e a ASA, a avaliação foi muito positiva no que diz respeito à gestão do uso da água, à qualidade da formação e à participação das crianças nas escolas, a partir das cisternas. O resultado positivo dessa avaliação gerou um novo termo com a Febraban, que além de construção de cisternas, possibilita a constituição na ASA de um setor de mobilização e captação de recursos que irá fortalecer a nossa dinâmica.
E pra coroar nossas conquistas neste ano nada melhor da ASA ter conquistado o Prêmio dos Direitos Humanos da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, no último dia 13 de dezembro, na categoria Enfrentamento à Pobreza. Eu acho que isso é um fator marcante pra dizer que a visão de direitos humanos, a partir do acesso à água como um direito fundamental pra que as famílias saiam de uma condição de miserabilidade e se tornem cidadãos. Acho que isso é uma conquista grandiosa porque é uma conquista dada à ASA.
Associado a isso tivemos a emoção de receber um agradecimento do presidente Lula por termos possibilitado as famílias desse Semiárido, que não tinham água de qualidade, condição de beber água e não ter os seus filhos doentes e de poder dizer que são cidadãos porque não precisam mais vender a sua vida, a sua dignidade, por uma lata d’água.
Pra além do prêmio que nós recebemos agora, uma grande conquista é termos conseguido construir, elaborar, negociar e ter aprovado os dois novos termos de parceria com o P1+2 e o P1MC, considerando que são dois grandes termos que dão uma tranqüilidade a nossa execução junto às famílias agricultoras. O P1+2 vai provavelmente até agosto do ano que vem. Já o P1MC terá duração de 12 meses, acho que é um dos termos mais longos que conseguimos negociar, de um recurso considerável. Negociar dois termos como esses, num momento de transição de governo, mesmo que seja um governo onde a presidente eleita foi apoiada pelo presidente Lula, é uma grande conquista, é pra passarmos o Natal e o Ano Novo comemorando e ficando mais felizes porque as famílias do Semiárido também vão poder ter mais água pra sua condição de vida melhorar.
ASACom  - O que você coloca de aprendizados da ASA Brasil em 2010?
Aldo – Eu acho que um aprendizado interessante foi termos conseguido fazer uma relação de proximidade com outros parceiros, sem perder um grande parceiro que é o MDS. Não sei nem se é perder, no sentido de deixar de ter o MDS como parceiro, mas como agregar o próprio Ministério num processo de articulação de novas parcerias. Esse novo termo com a Cooperação Espanhola é uma articulação de ASA, Cooperação Espanhola e MDS. E fazer uma nova parceria com o Governo da Espanha, com o Governo Brasileiro, trouxe muito aprendizado e várias lições pra gente.
Uma delas é que nossos princípios não são negociados, eles podem ser mantidos, mas ao mesmo tempo fazer um grande diálogo pra que as famílias possam de fato ter água e que se sintam autônomas daquela conquista. Acho que isso é uma coisa fundamental dessas parcerias. Isso reflete também em outros diálogos que estamos fazendo, com a Fundação Avina, com uma grande Fundação empresarial dos Estados Unidos, que trabalha com a perspectiva de GPS, com a Febraban, o debate com a própria Pepsico. Acho que isso é dizer o seguinte: estamos abertos a dialogar com quem quer que seja e temos princípios, que não podem ser feridos pra que a gente tenha mais recursos. Essa é uma grande lição. Uma outra lição é que não sabemos o que sabemos sem a participação efetiva das famílias nas nossas dinâmicas.
Esse é um aprendizado constante, sistemático, que tem que ser sempre permeado por dentro da ASA. A Articulação nunca pode perder essa visão. A lição é: não adianta fazer diferente metodologicamente, pedagogicamente, sem que as famílias agricultoras estejam participando do processo. Uma afirmação disso foi a expressão pública que foi o EnconASA, com diversos segmentos dos pescadores, índios, sem-terra, atingidos por  barragens. Eu acho que esse aprendizado nos faz mais forte no sentido de que a nossa sinergia, a nossa interação, passa pelo rebrotar dessas experiências que estavam adormecidas de vários artistas, poetas, várias dimensões que estão nesse Semiárido.
Outro aprendizado foi a ASA Brasil ter ajudado as ASAs Estaduais no diálogo com os governos estaduais. Esse aprendizado se deu muito também pela lógica e pela forma com que a Coordenação Executiva e diretoria da AP1MC, têm feito no diálogo com o governo federal.  Tínhamos apenas dois, três estados dialogando com os governos estaduais. Hoje, porém, temos vários estados fazendo o diálogo com o governo do seu estado com a tranqüilidade de ampliar a construção de cisternas, a construção de tecnologias que cheguem às famílias agricultoras, inclusive com lições interessantes pra além das questões das cisternas.
E, por fim, o grande aprendizado é perceber que a nossa ação faz parte de uma mudança de mundo, onde as relações precisam ser mais igualitárias, mais justas e fraternas. Isso nos fortalece cada dia mais enquanto pessoa e enquanto ser político da transformação. A gente acredita mais ainda que a ASA é o grande espaço pra fazer essas transformações.
ASACom  - Quais os desafios que a ASA enfrentou neste ano de 2010?
Aldo – Eu acho que ao lado da conquista que foi o EnconASA, tivemos também um grande desafio porque ele passou por várias dificuldades. Ao mesmo tempo foi um marco tê-lo realizado num período diferente de todos os outros EnconASAs, que foi na Semana da Água, em março, onde você tem toda uma mobilização no Semiárido, em vários lugares do  Nordeste.
Eu acho que um outro grande desafio é como a gente manteve o diálogo  interno das dinâmicas de funcionamento dos programas, garantindo cada vez mais os nossos processos gerenciais administrativos e de formação. O desafio de manter isso com mais qualidade é sempre algo muito interessante nessa dinâmica nossa, o desafio de sabermos que estávamos num ano de mudança de governo, de eleição, e isso de certa forma nos deixava intranqüilos com a incerteza de 2011.
O desafio de ter conseguido discutir com certa maturidade na Coordenação Executiva, nos espaços estaduais, nos espaços territoriais, essa dinâmica da ASA pra poder ir vendo os momentos, ir negociando os novos termos. Acho que isso foi um desafio interessante, que nos colocou em alguns momentos em condição de dificuldade em saber da continuidade em 2011, mas, como eu disse anteriormente, vamos virar o ano com novos termos assinados.
Um outro desafio, que eu acho que é um desafio permanente na ASA, é manter essa dinâmica de rede. Como é que o campo da ASA, um campo político de mobilização social, não coloca em risco o gerencial administrativo, que precisa ser feito com os rigores das normas, da transparência? Esse equilíbrio é sempre desafiante na ASA e a cada dia eu tenho o sentimento de que a gente tem mais maturidade sobre esse equilíbrio e isso vai refletindo nas escolhas das coordenações dos estados pra fazer parte da coordenação executiva da ASA Brasil.
Acho que cada dia mais as pessoas vão entendendo que a gente pode fazer o campo social, mobilizador, da visão sistêmica, holística, da vida, a partir de um processo de gestão dos recursos públicos com transparência, com segurança, com muita responsabilidade. Não é a toa que uma rede dessa dimensão, que gerenciou mais de meio bilhão de reais, não tem nenhum problema nos recursos públicos que já gerenciou.
Isso tem muito a ver com os processos de aprendizagem nas organizações executoras, nas comunidades, nas comissões municipais, nas entidades gestoras dos programas, que fazem esse movimento de metas físicas, metas processuais, processos de comunicação. Tudo isso reflete nesse ser de dinâmica da ASA, enquanto uma rede social que consegue mobilizar as famílias agricultoras, que se sentem parte dessa construção, que são beneficiários da ASA e ao mesmo tempo são a ASA. Isso é algo desafiante constantemente, mas é também gratificante quando a gente consegue ter essa conquista de assinar dois termos novos na perspectiva de continuidade em 2011.
ASACom  - No âmbito nacional, quais as perspectivas e os desafios a serem enfrentados pela ASA em 2011?
Carlos – Um dos grandes desafios é de que forma vamos investir na mobilização e na formação das nossas comunidades, dos agricultores e das agricultoras, para que de fato, eles/as possam ser protagonistas da construção do Semiárido. Mas, temos também como uma grande perspectiva e desafio construir uma comunicação no Semiárido que possa ser um instrumento de vitalização dessa convivência com a região, resgatando as culturas, resgatando as maneiras como as pessoas vivem e, que isso, possa ser de fato um fator que possa dar mobilidade para que as famílias tenham qualidade de vida no Semiárido.
ASACom - Como você avalia os espaços políticos de interlocução/participação da ASA em 2011?
Carlos - Hoje entendemos que a tecnologia de cisternas de água para beber e as implementações de água para produzir estão consolidadas. A consolidação desses elementos, que são fundamentais para a vida, mas, é preciso que a gente amplie as nossas articulações e que possamos ocupar com qualidade o debate político. Hoje, mas do que nunca, a ASA é um elemento fundamental na transformação do Semiárido e também na transformação da consciência política dos sujeitos que constroem o Semiárido. Nós entendemos que a ASA tem um papel fundamental na construção de toda essa mobilização social e política e que isso não é só para o bem do Semiárido é também para o bem do Brasil. A ASA hoje é uma articulação não só do Brasil. Ela é reconhecida mundialmente e quer contribuir com toda essa política de convivência para que as pessoas possam ter qualidade de vida.
ASACom  - Numa perspectiva ao longo prazo, quais seria o sonho da ASA?
Carlos - O grande sonho nosso é fazer com que nenhuma mulher e nenhum homem possam viver de forma desumana, então mais do que nunca, o grande sonho da ASA, conquistando água, alimento, combatendo à pobreza e à fome, é fazer com que todo homem e toda mulher viva com dignidade e com seus direitos garantidos.

Um comentário:

  1. Maravilha esse encontro no Juazeiro, um sucesso devido o nr de Pessoas.
    Parabens ASA, pelo avanço!
    Saber que a preocupação do FRADE FREI DAMIÃO ERA EXATAMENTE COM OS ESTADOS AQUI EM DESTAQUE E UM DOS QUE ELE MAIS VISITOU FOI O CEARÁ... lá a seca castiga demais.
    Frei Damião UM HOMEM DE DEUS, DA ITÁLIA PARA O NORDESTE DO BRASIL, já naquela época com as idéias de voces hoje. (Um agrônomo,profeta de Deus)ele tinha uma preocupação grande com a natureza. Se destacando por grandes milagres, principalmente das chuvas e das grandes colheitas, onde a dificuldade era grande e ele pisava tudo ficava verde. Quando o Homem nem entendia ainda o que era MINISTÉRIO DA FAZENDA, nem ASA. Será que existia? NENHUM POLÍTICO VALORIZAVA TANTO A TERRA. Parabéns ao presidente Lula!
    PRECISAMOS DE UMA SANTA REFORMA AGRÁRIA. Que Dilma vença isso. Parabens amigo por esse blog!

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