Acusado de assassinar o bancário Everton Belmont mantém declaração de que agiu em legítima defesa.
“Atirei para preservar a minha vida”. Foi com esta declaração que
Wagner Soares, acusado de matar o bancário Everton Belmont em março de
2010 em João Pessoa, justificou um dos crimes de maior repercussão
ocorrido nos últimos anos .
Réu confesso, ele foi levado ontem a
júri popular no 2º Tribunal do Júri, no Fórum Criminal, utilizando a
estratégia da legítima defesa. O julgamento começou às 14h20 e estava
previsto para terminou na madrugada de hoje.
Wágner foi condenado
há 17 anos e seis meses de prisão, no entanto, irá responder o processo
em liberdade, tendo em vista que seu advogado de defesa, Abraão
Beltrão, entrou com um recurso solicitando um novo julgamento para o
réu.
A constituição garante que o réu, mesmo que condenado, vá
para casa, pois enquanto houver recurso, o advogado de defesa pode
recorrer. Apenas em última estância ele poderá ser preso, já que o réu
respondia pelo crime em liberdade.
Ao longo do dia, três
testemunhas da acusação e o réu prestaram depoimento. Em seguida,
tiveram início os debates entre o promotor Edjacir Luna e o advogado de
defesa Abraão Beltrão, com uma hora e meia de explanação para cada um.
Depois, foi concedida uma hora para a réplica da promotoria e a tréplica
da defesa.
Durante a audiência, o advogado Abraão Beltrão se mostrou
confiante na absolvição do seu cliente. “Estou com boas expectativas.
As testemunhas se contradisseram. O depoimento do réu foi bom e ficou
muito claro que a ação foi em legítima defesa”, afirmou.
Já o
promotor Edjacir Luna ressaltou que o depoimento de Wagner Soares foi
“desastroso”. “As revelações das testemunhas foram bastante harmônicas e
não compactuaram com as do réu. Estamos confiantes”, afirmou.
“O
depoimento do réu foi recheado de contradições e mentiras. Estamos
referendando o homicídio qualificado e a pena pode ser de até 30 anos,
dependendo do entendimento do Conselho de Sentença”, disse. A juíza do
caso foi Ana Flávia Carvalho Dias. Wagner Soares é acusado de homicídio
qualificado e, se condenado, poderá recorrer da sentença.
Amigos e familiares de Everton Belmont foram ao julgamento vestidos com camisa com foto dele e pedindo justiça. “Para mim, ele é um homem frio. Mesmo vendo as afirmações do réu e as situações que o advogado criou, querendo confundir as testemunhas, mantive a calma”, afirmou Ana Gláucia Belmont, mãe de Everton.
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