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24 de out. de 2012

Educação contextualizada na luta contra o crescimento da desertificação

Em mais um episódio da Série Seca, o Canto do Sabiá entrevistou Paulo Pedro de Carvalho, coordenador geral da organização Caatinga e membro da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD). Paulo Pedro falou sobre as políticas governamentais em andamento atualmente no país, o processo de desertificação e da importância da educação sobre o tema.
Centro Sabiá - Paulo Pedro, Convivência com o Semiárido ou combate à seca?
Paulo Pedro de Carvalho -Para gente, da sociedade civil, da ASA [Articulação no Semi-Árido Brasileiro], das organizações que vêm trabalhando na perspectiva do desenvolvimento sustentável, combate à seca é uma visão muito equivocada da necessidade que se tem de uma vida digna pras pessoas no mundo todo. E nós decidimos e entendemos que a forma correta de enfrentar essa situação é a convivência. É uma realidade que tem suas limitações, mas também tem suas potencialidades. A lógica da convivência na prática é muito mais expressada pela sociedade civil do que pelos órgãos governamentais. É claro que já começa a aparecer algumas parcerias, a exemplo do que a ASA vem fazendo nos estados e também com o governo federal. Desde 2004, o Brasil tem um Plano Nacional de Combate à Desertificação, e, desde 1997, é um dos países que fazem parte da implementação da Convenção de Combate à Desertificação da ONU [Organização das Nações Unidas], que visa superar a degradação nas terras áridas, semiáridas e subúmidas secas. Pernambuco tem um plano desde 2009 e em 2010 foi aprovada a Política Estadual de Combate à Desertificação. Então em termos de instrumento, de documentos, de políticas e de programas já temos alguns avanços.
Centro Sabiá - Neste cenário, qual é a relação que podemos fazer da desertificação e da seca no Semiárido?
Paulo Pedro -A gente vê que a temperatura está mais elevada nesse período de seca que estamos vivendo aqui no Semiárido brasileiro. Todos os órgãos de pesquisa apontam para um aumento de 1,2 a 1,3 graus na média da temperatura dessa região. Então a previsão é de que haja um processo de aridização no Semiárido, que seria mais escassez de chuva e mais temperatura. Tudo isso é influenciado pelas mudanças climáticas do planeta.
Centro Sabiá - Como podemos pensar nas mudanças para evitar a desertificação e oferecer melhores condições de convivência com o Semiárido em épocas de estiagem?
Paulo Pedro -Eu não tenho esperança de uma mudança a curto prazo. Mas uma mudança feita a médio e longo prazo passa pela educação, passa pela comunicação. Que os jovens estejam envolvidos nessa lógica de formação sistêmica, uma formação ampla do compromisso, do entendimento da sociedade. É o que a gente chama de educação contextualizada. Não só a educação formal, digamos assim, mas também a informal, que parte pelo trabalho, por exemplo, que a sociedade civil faz através das diversas organizações e também podemos citar a assistência técnica de extensão rural. É preciso fazer um grande investimento em campanhas de sensibilização, de comunicação com a sociedade. E o outro aspecto importante é que as políticas públicas garantam nos seus planos e nos seus orçamentos recursos para promover a ampliação desse conjunto de experiências que vem aí já mudando a vida das pessoas. Eu não tenho dúvida de que essa relação dos governos com a sociedade civil organizada é muito importante, para planejar políticas, para garantir ações dentro do orçamento, para efetivar essas ações junto a diversas comunidades espalhadas por todo o Semiárido.

Daniel Lamir, com a colaboração de Sara Brito (Centro Sabiá)

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