Nesta terça-feira (18), depois de quase três horas de debate, o
Plenário do Senado votou a Medida Provisória (MP) 579/2012, que reduz o
preço da tarifa de energia elétrica. E por que uma medida que alivia o
bolso do cidadão seria tão polêmica? O fato é que a redução da conta de
luz para o consumidor implica aumento de despesas para alguém. No caso
da medida provisória em tela, esse alguém responde pelo nome de estados e
municípios. E este, na opinião do senador Cássio Cunha Lima, é o ponto
de discórdia.
“Queremos, sim, redução das contas de energia. Mas, neste
instante, o que estamos pedindo é que seja honrado o compromisso da
Presidente da República, que, em depoimento à Nação, faltando 10 dias
para as eleições de 2010, disse, de viva voz, que reduziria as tarifas
de energia, garantindo a redução do PIS e do COFINS” – explicou Cássio. O
PIS e o COFINS são tributos federais. E, se a União abrisse mão deles, a
energia elétrica poderia ficar 25% mais barata.
CHAPÉU ALHEIO - O senador fez questão de frisar que este ano já
tivemos 12 apagões. E que os técnicos, os especialistas no tema, apontam
de forma clara que é a ausência de investimento que tem provocado esses
apagões. “Tem sido esta a prática constante: a de fazer cortesia com
chapéu alheio” – acusou Cássio. E explicou: “O Governo Federal cresce, a
cada mês, a cada ano, a sua participação no bolo tributário porque não
permite concessões, isenções e estímulos fiscais naquilo que lhe
pertence de maneira exclusiva. Todo campo de incentivo é feito com o
IPI, com o Imposto de Renda, que é partilhado com estados e municípios. E
para estados e municípios como são os municípios paraibanos e como são
os estados nordestinos, Fundo de Participação é muito importante para as
suas respectivas receitas” – advogou.
Para Cássio, “o mais constrangedor é que, a despeito da larga
maioria que o Governo possui nas duas Casas, tanto aqui quanto na Câmara
Federal, a despeito de toda essa enorme maioria, não há margem para o
debate, não há margem para a discussão, não há margem para o
aprimoramento de ideias. Fica sempre a sensação de que ganha o Governo,
mas perde o Brasil! E perde, porque estamos caminhando cada vez mais por
uma postura populista, em que, de forma desleal – e a expressão é essa
–, de forma desleal, na política e no debate, o Governo fica tentando
nos jogar contra a opinião pública” – lamentou o tucano.
“O PSDB é favorável à redução de energia, tanto que vamos votar a
favor da MP” – anunciou Cássio, da tribuna. E votaram. “Mais queríamos
mais. Queríamos que Dilma cumprisse a palavra dada e que a redução fosse
ainda maior” – resumiu o senador. Para isso, bastaria que o destaque de
Aécio Neves (PSDB/MG), isentando a cobrança do COFINS, fosse acolhido
pelo plenário. Não foi.
Seria um desconto de 25% no valor das contas de luz, que não
comprometeria as empresas geradoras de energia, que precisam continuar
investindo e distribuindo dividendos para os estados, que investem esses
recursos em saúde, educação e segurança. Seria muito bom. Não foi.
Política PB com Assessoria
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