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12 de mai. de 2013

Pior estiagem em 50 anos castiga o interior da Paraíba

Valéria Sinésio:
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Foi com essa frase que Euclides da Cunha classificou o homem do campo quando escreveu a obra “Os Sertões”, em 1902. Mais de um século depois, o sertanejo continua forte na luta pela sobrevivência diante da seca que assola a Região Nordeste desde o ano passado e deixa marcas de destruição por onde passa. O cenário desolador da estiagem na Paraíba será mostrado a partir de hoje em uma série de reportagens.

Para conhecer de perto as consequências da estiagem no interior do Estado, o JORNAL DA PARAÍBA percorreu 1,5 mil quilômetros e visitou oito cidades no Sertão e no Cariri durante três dias. Em cada lugar foi possível encontrar histórias emocionantes de paraibanos que perderam tudo o que foi construído ao longo da vida por conta da falta de chuvas. São histórias que misturam dor e sofrimento, mas que ao mesmo tempo revelam a bravura do homem do campo. Nessa luta desigual, o sertanejo perde tudo, menos a esperança de dias melhores.

A estiagem no Semiárido secou barragens, açudes e rios, acabou com lavouras e matou o rebanho. Para o homem do campo, pouco restou diante dessa realidade. A Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa) estima que já houve redução de 50% do rebanho, levando em conta as mortes e a venda precoce dos animais. A falta de crédito para recuperação e manutenção, segundo a Faepa, agrava ainda mais a situação.

Esta seca já é considerada a pior dos últimos 50 anos por técnicos de órgãos ligados à agricultura, pecuária, economia e meteorologia, além de historiadores. A falta de água e alimentos vem dizimando o rebanho em vários municípios paraibanos. A carcaça do gado sendo atacada por urubus às margens das estradas é um sinal de que a situação é grave no interior. Em muitas cidades, a reportagem encontrou cemitérios clandestinos a céu aberto, como em Pedra Branca, São José de Piranhas, Monteiro, Zabelê e Sousa. Para evitar mais mortes, o Governo estadual distribuiu variedades de palma forrageira, resistentes à cochonilha.

Mas não foi só o rebanho que sofreu com fome e sede. A realidade da seca na Paraíba consegue ser ainda mais cruel.

Na zona rural do município de Pedra Branca, por exemplo, uma família teve que matar um tamanduá para comer assado no almoço. O desespero tinha um motivo fácil de ser entendido: a carne do animal era a única alternativa à mesa da família composta por cinco pessoas.

No Alto Sertão da Paraíba, como em São José de Piranhas, a 500 quilômetros de João Pessoa, a fome e a sede assombraram a vida de dezenas de famílias, como a do aposentado José Bento da Silva, 67 anos. Segundo ele, faltou água até para beber. “A gente só não morreu de sede porque meu genro foi comprar água em garrafa de refrigerante em Cajazeiras, mas nem todo dia eu tinha dinheiro para isso”, contou.

Na zona rural de Aparecida, a população teve que tomar água esverdeada e barrenta, intragável em condições normais de vida, mas essencial para quem luta contra a sede.

Em Patos, moradores do sítio Retiro também foram castigados pela seca e tiveram que tomar a água suja do açude Jatobá.

Esse problema se repete em outras cidades da Paraíba, onde a população clama por providências e padece diante da estiagem.
(Jornal da Paraíba)

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