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31 de ago. de 2013

Obama decide pedir autorização do Congresso para ação contra a Síria

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou neste sábado que vai pedir autorização do Congresso antes de atacar a Síria, em uma aposta política que afasta a ameaça de ataques iminentes contra o regime de Bashar al-Assad.

Em um pronunciamento na Casa Branca, Obama disse que o ataque com armas químicas no subúrbio de Damasco representa uma "ameaça que deve ser enfrentada", e que decidiu responder com o poderio militar americano.

Mas em uma iniciativa que pode redefinir o balanço de forças em Washington, Obama acrescentou que é importante obter o apoio do Congresso antes de dar a ordem de ataque.

"Eu vou pedir autorização para o uso da força aos representantes do povo americano no Congresso," disse Obama.

A decisão representa uma iniciativa corajosa para um presidente que tenta recompor as relações com a oposição em um Congresso dividido, e que corre o risco de enfrentar o mesmo destino do primeiro-ministro britânico, David Cameron, derrotado no Parlamento em uma votação para definir o apoio a uma intervenção militar.

Obama pode receber um voto de confiança no Senado, controlado por seu Partido Democrata, mas é impossível prever o voto da Câmara dos Representantes, controlada pela oposição do Partido Republicano.

Além disso, o Congresso americano está em recesso até 9 de setembro, e Obama não deu indicação alguma de que pretenda convocar uma sessão extraordinária para abordar a questão.

"Estamos satisfeitos que o presidente peça a autorização para uma intervenção militar na Síria", indicou o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, em um comunicado, junto com outros líderes republicanos. "Em consultas com o presidente, esperamos que a Câmara examine esta medida na semana de 9 de setembro", indicaram os republicanos na nota.

Em seu discurso, Obama afirmou: "Nossas forças militares têm recursos preparados na região. Estamos prontos para atacar quando decidirmos".

Para Obama, o suposto massacre ocorrido em Damasco no dia 21 de agosto foi "o pior ataque com armas químicas do século XXI".

Na visão do presidente americano, uma resposta militar "limitada" e sem tropas terrestres é a reação adequada para um ataque que, de acordo com uma estimativa do governo americano, deixou mais de 1.400 mortos, incluindo 426 crianças, e é responsabilidade do governo sírio.

"Esse ataque foi um atentado à dignidade humana. Também representa um sério perigo para nossa segurança nacional. Corre o risco de ridicularizar a proibição global do uso de armas químicas", afirmou.

Além disso, "coloca em risco nossos amigos e associados nas fronteiras sírias, incluindo Israel, Jordânia, Turquia, Líbano e Iraque. Pode causar uma escalada no uso de armas químicas, ou sua proliferação para grupos terroristas que podem causar dano".

Neste sábado, as Nações Unidas prometeram fazer uma avaliação "imparcial e de credibilidade" sobre o uso de armas químicas na Síria, disse seu porta-voz, Martin Nesirky, indicando que não poderá haver conclusões até que os exames de laboratório tenham sido concluídos.

Os inspetores da ONU deixaram a Síria neste sábado rumo à Holanda, onde está a sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).

"A equipe precisa de tempo para analisar as amostras" recolhidas no local do massacre supostamente cometido com armas químicas no dia 21 de agosto perto de Damasco.

Os investigadores levarão depois suas conclusões ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que enviará as informações aos estados membros.

O porta-voz da OPAQ, Michael Luhan, disse à AFP que as amostras "devem ser enviadas para uma meia dúzia de laboratórios ao redor do mundo, para países que não estão politicamente envolvidos" no conflito.

Os resultados devem levar, no mínimo, "duas semanas" para ser apresentados, afirmou.

Os Estados Unidos asseguram que o relatório dos inspetores sobre as armas químicas não trará informações novas, e disse que já possuem todas as provas que acusam o regime sírio.

Obama, que deve participar da cúpula do G20 nos dias 4 e 5 de setembro, em São Petersburgo (Rússia), condenou inclusive "a impotência" do Conselho de Segurança da ONU, por não conseguir ter uma voz única desde o início do conflito na Síria, em março de 2011, que deixou mais de 100.000 mortos.

"Como disse em várias oportunidades Ban Ki-moon, a investigação da ONU não dirá quem utilizou essas armas químicas (...). Eles dirão se essas armas foram utilizadas", explicou o secretário de Estado americano, John Kerry, que considerou: "A missão da ONU não pode nos dizer nada (...) que já não saibamos".

O presidente russo, Vladimir Putin, aliado da Síria, considerou "completamente absurdas" as acusações de que o regime sírio usou armas químicas.

"Em uma situação em que o Exército sírio estava na ofensiva (...), afirmar que o governo sírio usou armas químicas é absurdo," disse Putin.

"Estou convencido de que se trata de uma provocação daqueles que querem envolver outros países no conflito sírio, e garantir o apoio de atores internacionais poderosos, em primeiro lugar o dos Estados Unidos", acrescentou Putin, que exortou Washington a apresentar provas que diz possuir.

-- "Mentiras e fabricações", segundo Damasco --

O regime sírio nega que tenha utilizado armas químicas e chamou de "mentiras e fabricações" o relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos sobre o envolvimento de seu Exército em um ataque químico.

"Esperamos uma agressão a qualquer momento e estamos preparados para responder também a qualquer momento", afirmou neste sábado à AFP uma autoridade dos serviços de segurança sírios.

Em uma declaração por escrito divulgada pela televisão estatal síria, o primeiro-ministro do país, Wael al-Halqi afirmou: "O Exército está pronto para enfrentar todos os desafios e todos os cenários". Ele ressaltou que as forças sírias estão "com o dedo no gatilho."

Apesar da oposição do Parlamento britânico, que na quinta-feira rejeitou um ataque, e de Moscou e Pequim, Obama e seu colega francês, François Hollande, expressaram sua intenção de enviar uma "mensagem forte" ao regime de Assad.

Obama conversou com Hollande neste sábado antes de anunciar que pediria a anuência do Congresso para um ataque, que eles já haviam ressaltado que não tem como objetivo derrubar o regime sírio, e sim evitar o uso de armas químicas.

Devido ao temor de uma iminente intervenção, uma maré de famílias sírias abandonava neste sábado o país através da cidade fronteiriça libanesa de Masna.

Em um vídeo divulgado na internet, a oposição síria pediu que os sírios tomem medidas de precaução para "superar as dificuldades nos próximos dias".

Uma pesquisa divulgada na sexta-feira mostrou que a metade dos americanos não quer a intervenção militar do país na Síria, e que oito em cada dez consultados afirmaram que o presidente deve solicitar a aprovação do Congresso, como exige a Constituição.

Esta situação era evidente neste sábado diante da Casa Branca, onde grupos pacifistas e que defendem a oposição síria realizaram manifestações e toiveram que ser separados pela polícia depois de empurrões e insultos.

"A guerra na Síria, justificada por mentiras", gritavam os manifestantes contrários aos ataques militares, agarrando as grades que dão para os jardins da Casa Branca.

"Estamos metidos em guerras demais neste momento", disse Andre Jones, um estudante que mencionou a situação no Afeganistão. A situação na Síria "não é da nossa conta. É um país soberano, e também não nos querem lá. Além disso, os dois lados são maus", disse.

Cerca de outras cinquenta pessoas gritavam palavras de ordem em favor dos ataques e contra Assad. Um manifestante tinha um cartaz que comparava o presidente sírio a Adolf Hitler.
Terra com AFP

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