Por Marcos Maivado Marinho

Nesse meio termo virou Superintendente da SUDENE, nomeado por Itamar Franco, à época em que a autarquia gozava status de ministério e tinha orçamento bilionário para promover políticas públicas de desenvolvimento regional, inclusive ações de convivência com a seca.
Mas a administração do jovem filho de Ronaldo Cunha Lima foi um desastre para o Nordeste, resultando no fechamento da SUDENE, que somente veio a ser reaberta no Governo Lula e hoje não possui um terço do poder de outrora, sendo mero apêndice burocrático do Ministério da Integração.

Mas o que pouca gente sabe é que Cássio, além de nada autorizar investir para minimizar os danosos efeitos climáticos da região, fez de tudo ao seu alcance para evitar que o redentor projeto de transposição de águas do rio São Francisco pudesse vir a ser executado.
Nordeste afora, por onde ele pode passar investido da condição de Superintendente da SUDENE, pregou exatamente o contrário, fazendo coro com o capital forte do empresariado dos Estados da Bahia e Sergipe, que mantinham lobby em ataque ao projeto, e às aves agourentas que, como foi exemplo lastimável o caso da cantora Elba Ramalho - sua amiga e ela mesma vítima da seca inclemente - se associavam a críticos poderosos para evitar que as águas do Velho Chico pudessem vir a irrigar o semi-árido nordestino, como graças a Deus está bem perto de acontecer.
Cássio avisava e insistia, em todo o Nordeste, a transposição era “desaconselhável”. Para ele, o custo elevadíssimo da obra não compensava “um projeto dessa natureza”.
Como mostram arquivos em poder d’APALAVRA, Cássio Cunha Lima sempre foi um inimigo da transposição e não tinha medo de expressar seu pensamento, mesmo na cidade que o idolatrava, como foi o caso de palestra na sede da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), onde à frente do então presidente Agostinho Velloso da Silveira disse em alto e bom som que as águas do São Francisco nunca deveriam vir para Campina Grande.
Felizmente hoje o pensamento do senador parece ter sido abrandado, não por coincidência quando as águas já beiram a cidade de Monteiro a caminho do açude Epitácio Pessoa (Boqueirão).
Oportunismo ou arrependimento?
Cartas para a Redação!
Fonte: Blog Do Tião Lucen
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