O empresário que relatou um suposto desvio de verbas da Prefeitura de
João Pessoa para a campanha do governador da Paraíba Ricardo Coutinho
(PSB) participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa no
final da manhã desta quinta-feira (1º). Daniel Cosme Gonçalves foi
prestar esclarecimentos aos deputados estaduais sobre fatos que foram
publicados em uma reportagem da revista Época há cerca de 15 dias. Na
tribuna do legislativo paraibano, ele manteve todas as declarações que
deu a revista e pediu que os parlamentares se empenhem em averiguar as
supostas irregularidades.
Segundo Daniel Gonçalves, a empresa do qual ele é proprietário, a New
Life, venceu em janeiro de 2010 uma licitação para fornecer livros para o
executivo municipal, que na época era administrado por Ricardo
Coutinho, mas não recebeu o pagamento, de R$ 2,3 milhões. Segundo ele, o
dinheiro teria sido desviado para a campanha do atual governador. Ele
afirma que o representante da sua empresa, Pietro Harley Dantas Félix,
sacou o dinheiro pago pela prefeitura e entregou uma parte ao grupo
político do governador.
“A prefeitura informa que já pagou esse dinheiro ao representante
jurídico da empresa. Só que eu que sou o proprietário da empresa nunca
recebi esse dinheiro”, afirmou Pietro na tribuna da Assembleia
Legislativa. De acordo com ele, o dinheiro foi repassado para Pietro
Harley através de quatro empenhos feitos de forma nominal. “Esse
pagamento tinha que ser feito eletronicamente da conta de campanha da
prefeitura para a minha conta como estava no contrato firmado. E a
empresa é individual, ela não possui sócios”, completou.
Outra suposta irregularidade citada por Daniel foi o que a licitação
seria paga com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(Fundeb) e que as regras do programa só permitem que eles sejam
depositados na cidade de origem, no caso João Pessoa. Mas segundo ele
Pietro teria sacado o dinheiro na cidade de Taperoá, região do Cariri
paraibano.
A audiência pública na Assembleia Legislativa foi acompanhada por uma
ampla maioria de deputados do bloco de oposição ao governador Ricardo
Coutinho. O único integrante da base governista que participou foi
Wilson Braga (PSD).
“Temos que lamentar a postura dos deputados do governo nesta Casa”,
disse o deputado Aníbal Marcolino (PSL). Ele explicou também que a
audiência estava marcada para a tarde desta quinta-feira, mas através de
um requerimento impetrado na Procuradoria Jurídica da Assembleia, a
bancada de situação impediu a realização. No entanto, o bloco de
oposição conseguiu transformar a sessão extraordinária em audiência.
“Vamos encaminhar documentos para o Ministério Público Federal e
Estadual, Tribunal de Contas e Controladoria Geral da União para que
este órgãos tomem as medidas cabíveis para investigar isso. Do jeito que
está não dá para ficar”, acrescentou Aníbal.
Na semana em que a reportagem da revista Época foi publicada o
governador Ricardo Coutinho se pronunciou sobre o caso em seu programa
semanal de rádio. Na ocasião ele disse que as declarações de Daniel
Gonçalves eram uma calúnia e ameaçou acioná-lo na Justiça.
G1 PB
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