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Ela disse que, muitas vezes, quando é diagnosticada a morte cerebral do paciente, a equipe da Central de Transplante procura a família para autorizar a doação dos órgãos e na maioria das vezes a desculpa é de que o paciente nunca tinha expressado em vida o desejo de doar. “Por isso vai o nosso apelo, converse com a sua família e expresse em vida o desejo de ter os seus órgãos doados, pois se não tem doação, não tem transplante”, justificou.;Times
Miriam Carneiro explicou que todo o procedimento cirúrgico é pago pelo Sistema Único de Saúde - SUS e o paciente não tem nenhuma despesa. Ela explicou que um transplante de córnea custa hoje cerca de R$ 2,5 mil; um de rim, R$ 15 mil; e o de fígado chega a R$ 40 mil. “O valor depende da complexidade do procedimento”, disse a gerente.
Ela destacou que hoje um dos grandes parceiros na divulgação sobre a importância do ato de doar órgãos e tecidos são os meios de comunicação, principalmente a televisão, em especial as telenovelas, “mas é preciso o engajamento de toda a sociedade nessa luta tão nobre”, apelou Miriam Carneiro.
Entre as pessoas que apoiam a campanha estava o professor Jeferson Ruy Carneiro, que mora no Bairro dos Bancários, em João Pessoa. Ele contou que perdeu o filho único Gleydson Ruy Carneiro, de apenas 7 anos de idade, no dia 20 de março desse ano, e autorizou a doação de todos os órgãos dele, as córneas, o fígado, os rins e as válvulas do coração e para que o procedimento de captação dos órgãos acontecesse ele disse que contou com total apoio da Central de Transplante da Paraíba . “A minha maior prova de amor para com meu filho é saber que mesmo depois de morto ele ajudou a salvar a vida de muitas pessoas”, disse emocionado o professor. Ele contou que o seu filho tinha problema de hidrocefalia.
O funcionário público federal José Batista Fialho, 63 anos, que mora no bairro do Cristo, é um paciente transplantado e também apoia todas as campanhas promovidas pela Central de Transplante. “Eu fui dado como morto, os médicos me deram seis meses de vida, recebi um fígado no dia 8 de junho de 2004 e hoje estou aqui vivo, com saúde, alegre e pronto para ajudar a todos aqueles que como eu precisam ou precisaram de um transplante”, afirmou.
A professora Anny Kelry Lopes, que reside no bairro do Valentina, fez um transplante de rim no dia 31de agosto de 2006 e também esteve na CBTU para participar da campanha e ajudar a conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. “Eu sei o que sofri e por isso vou estar sempre pronta para ajudar nessa luta”, destacou.
A advogada Marizete Lacerda de Araújo, do bairro de Tambaú, também foi até a CBTU apoiar a campanha da Central de Transplante. Ela contou que o seu filho, Márcio Lacerda de Araújo, 39 anos, analista judiciário do Supremo Tribunal de Justiça, em Brasília, mas que estava trabalhando em João Pessoa, sofreu uma queda de bicicleta no dia 11 de abril desse ano. Ele foi internado no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, onde morreu dois dias depois. “Como ele sempre falava que tinha vontade de doar seus órgãos, eu realizei o seu último desejo e hoje me sinto feliz e grata e com a sensação do dever cumprido, pois o meu filho continua vivo em outras pessoas e isso é muito importante”, ressaltou.
Programação: A programação continua nesta sexta-feira (27) com um culto ecumênico para familiares de doadores e receptores de órgãos e tecidos. O evento, que acontecerá das 17 às 19 h, no auditório do Instituto de Assistência do Servidor (IASS), antigo IPEP, também será extensivo ao público em geral.
No dia 28, será realizado o Curso de Capacitação no Processo de Doação e Transplante, que será ministrado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). O evento acontecerá no horário das 8h ao meio dia, no auditório da Unimed-JP.
A XIII Campanha Estadual para doação de órgãos e tecidos será encerrada no domingo, (29) coma a realização da “Caminhada pela Vida”, no horário das 8 às 11 horas, na Praia de Tambaú.
A coordenadora da Central de Transplante da Paraíba Gyanna Lys Montenegro, destacou que o Governo da Paraíba vem investindo na política pública de transplante no Estado. Foi montada uma equipe que atua no diagnóstico de morte encefálica de possíveis doadores de órgãos e tecidos no Hospital de Trauma de João Pessoa. O serviço funciona em regime de plantão 24 horas e conta com a atuação de quatro profissionais, sendo três neurologistas e um neurofisiologista especialista em imagem.
No Trauma também foi reestruturada e está em plena atividade a Comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante (CIHDOTT). Ainda foi formada a equipe de médicos, composta por um cirurgião geral, um cirurgião cardíaco, um urologista e um anestesiologista, que vem atuando efetivamente na captação de múltiplos órgãos a serem transplantados.
Para ser doador não precisa registrar em documento oficial, basta manifestar o desejo de ser doador a sua família e esta é quem decide sobre a doação.
Qualquer dúvida sobre a doação de órgãos e tecidos pode ser tirada pelos telefones da Central de Transplante: (083) 3244-6192 - 3225-6409 e 8845-3516.
Secom PB
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